Participamos da Sessão
“Performatividade” comandada por Marcelo Rocco e “Dialogos (im)possíveis” pela
Ines Linke que aconteceu dentro da Semana Japonesa.
Ambas sessões foram muito
ricas. Na primeira foram discutidas as possibilidades da performance e das
ações cênicas e artísticas dentro do contexto escolar. Cada participante levou
propostas muito diferentes umas das outras. Mas todas com intuito de quebra do
espaço físico da sala de aula. O que inicialmente já facilita um melhor contato
com os alunos tendo em vista que sempre estão sentados e sempre estão no mesmo
lugar enfileirados.
Foi muito interessante
saber a proposta de cada aluno do teatro dentro das escolas através do Projeto
Pibid por que isso estimula a criação de novas possibilidades para aqueles que
estão dando aulas e até mesmo quem não é da licenciatura. Particularmente não
conhecia nem metade dos projetos mesmo quando frequentava o Pibid. Foi bastante
rico pois pude vislumbrar outras possibilidades dentro dos projetos expostos.
Serviram de inspiração para a criatividade individual de cada ouvinte,
acredito.
Houveram muitas
discussões calorosas sobre como os professores de teatro atuam dentro da escola
e como podemos fazer uma leve modificação dentro do sistema escolar rígido e
frio que o Brasil possui na maioria das escolas da rede pública. Creio que o
debate esclareceu muitas dúvidas à respeito da atual situação das escolas onde
os alunos atualmente dão aulas e reforça o interesse de todos por um ensino
democrático e com um caráter social onde todos são tratados como iguais e com
as possibilidades que muitos alunos desconhecem sobre a continuidade de seus
estudos.
A Sessão “ Dialogos
(im)possíveis” teve como convidada a professora Heloisa Brantes Mendes,
professora da UFRJ. Iolanda e Pedro apresentaram uma proposta de trabalho que
estão desenvolvendo a alguns meses e foram produtivas as dicas que os ouvintes
deram e principalmente o olhar especializado da professora convidada que nos
mostrou outra possibilidade de um novo olhar para o trabalho que já estava
sendo realizado.
Segue a proposta de
trabalho desenvolvida pelos integrantes:
O corpo na rua: A experiência em fluxo
criativo
Iolanda de Lourdes e Pedro
Mendonça
O espaço urbano é um
lugar de passagem pouco usufruído pelos transeuntes que circulam aquele meio
habitual. O sujeito transita, olha, mas não vê de fato por onde passa já que é
uma paisagem a qual seus olhos estão acostumados. Tendo em vista essa premissa,
podemos observar a necessidade de ampliação de formas de relação com os espaços
públicos, considerando que nossa sociedade caminha para um afastamento das
relações com o meio físico e com o outro execrando tudo o que não é de âmbito
privado.
A ideia inicial do
projeto é a busca de um treinamento baseado em experimentações nas vias
urbanas, sendo o mote principal a relação do corpo com os espaços oferecidos
pela cidade afim de fomentar uma aproximação entre
performer/espaço/transeuntes.
[...], a suspensão do
curso dos pedestres como uma tentativa de efetivar as diversas relações corporais,
sensitivas visa mobilizar o espectador a atentar não só para a sua presença,
mas para outras pessoas, coisas, espaços ao redor da cidade em múltiplos focos
de atenção. (ROCCO, M.; 2013)
Um indivíduo à ação
poderá não se lembrar do que viu, nem mesmo se lembrar do que passou, mas sua
modificação aconteceu no exato momento de maneira interna quando observou a
obra com indiferença ou curiosidade. Quando se muda o espaço, o lugar é
observado como um todo.
Com relação ao
desenvolvimento do processo, o local escolhido para o experimento dará o
estímulo necessário através do espaço e tudo que estiver no meio como
obstáculos, sons, transeuntes. Como afirma Odette Aslan: Os movimentos são
executados em relação a outrem, a um objeto, em reação ao mundo exterior; eles
são motivados, em vez de serem efetuados no vazio. (Aslan, Odette 1994). Serão
experimentadas/construídas ações, gestos e movimentações possíveis que
fomentará um resultado cênico ainda desconhecido.
O trabalho acontece uma
vez por semana, durante quarenta minutos e vinte para avaliação. É iniciado com
um aquecimento a partir da necessidade dos corpos dos pesquisadores. Segue para
improvisações que envolvem o contato entre ambos, para estabelecerem uma
relação primeiramente entre os dois, e em seguida com o espaço.
Faz parte também da
metodologia, a filmagem da ação para que as movimentações sejam registradas,
para possíveis montagens futuras, e principalmente como material no qual os
pesquisadores podem perceber potencialidades que poderão ter maiores
investigações.
Ao final da noite, Eloisa
propôs para o Urbanidades/Transeuntes e aos interessados em participar, uma
performance que foi roteirizada rapidamente pela mesma. Consistia basicamente
em encher garrafas de agua com bastante delicadeza mostrando o quão esse bem
natural é importante e indispensável em nossas vidas. Todos que realizaram a
performance e aqueles que assistiram, foram tocados pela singeleza das ações e
o cuidado com o fazer cênico.
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