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TRANSEUNTES

Criado em abril de 2012, o grupo de pesquisa"Transeuntes: Estudos sobre performance e Teatro performativo" foi formado a partir da necessidade de artistas em ampliar os estudos sobre as intervenções performáticas nas ruas. Em parceria entre Professores e Alunos do Curso de Teatro (COTEA) da UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei), o projeto consiste, entre outros pontos, em estudos teóricos sobre determinados autores que abordam o teatro nas ruas e em experimentações práticas que visam inserir o espectador transeunte na construção dos processos criativos, a partir das temáticas referentes às abordagens atuais. A pesquisa tem como principal objetivo investigar as propostas de estreitamento entre a cena contemporânea e o espectador transeunte nas ruas de São João Del-Rei, visando analisar a inserção do público como participante das ações performáticas, na busca de:

(...) Utilizar o ambiente urbano de maneira diferente das prescrições implícitas no projeto de quem o determinou; enfim, de dar-lhe [espectador-cidadão] a possibilidade de não assimilar, mas de reagir ativamente ao ambiente. (ARGAN, 1998, p. 219)

Os membros atuais do grupo Transeuntes são:

Professores - Ines Linke e Marcelo Rocco.

Alunos - Débora Trierweiler; Diego Souza; Diogo Rezende; Fernanda Junqueira; Gabriela Ferreira; Guilherme Soares; Halina Cordeiro; Henrique Chagas; Isabela Francisconi; Kauê Rocha; Nathan Marçal; Paula Fonseca; Rick Ribeiro; Tatiane Talita.

quarta-feira, 28 de março de 2018

A Ação Baby Dolls: Sobre a Violência Cotidiana Naturalizada

MARCELO EDUARDO ROCCO


Resumo


O presente trabalho irá analisar a ação artística “Baby Dolls- Uma Exposição de Bonecas”, criada pelo “Obscena – Agrupamento Independente de Pesquisa Cênica”, de Belo Horizonte (MG). A ação “Baby Dolls” nasce como fruto do diálogo entre mulheres artistas integrantes do Obscena. Tal ação consiste na apresentação de três atrizes/performers trajadas de diferentes tipos de bonecas que criam seus respectivos nichos de exposição frente ao público. Grosso modo, a estrutura de montagem dos espaços das bonecas é seguida pela demarcação dos corpos com giz no chão. Posteriormente, realizam-se diferentes escritos sobre a mulher dentro dos desenhos demarcados. As “bonecas” instalam-se em seus nichos individuais, porém, a ação acontece de maneira que cada boneca/performer perceba a presença da outra, contribuindo significativamente para as possíveis conexões que o espectador fará sobre as mesmas. A exposição de bonecas é construída em frente aos transeuntes, na edificação de feituras simultâneas e complementares para a comunicação com o espectador. O caráter multidirecional da ação, em que cada performer constrói o seu tipo individual de boneca, possibilita ao espectador dividir a atenção entre cada nicho, mas sem perder a conexão global da obra. De modo geral, a abordagem acerca da violação da mulher – destituída como sujeito – e o perpetuamento da violência dentro da nossa cultura machista, se figuram entre os incômodos das artistas em questão sendo, em parte, os propulsores de Baby Dolls. Logo, as artistas em questão contribuem para aumentar o coro das vozes dissonantes ao patriarcado brasileiro, ecoando seus incômodos em uma ação artística.

Palavras-chave


Violência contra mulher, Performatividade, Espectador transeunte.

Texto completo:

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Referências


BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
CATEANO, Nina. Dia internacional da mulher. 2010. Disponível em . Acesso em: 24 de março de 2016.
______. Diálogos obscênicos. 2011a. Disponível em: . Acesso em: 20 de março de 2016.
______. Entrevista. (obscena-agrupamento@googlegroups.com). Entrevista concedida por e-mail a Marcelo Eduardo Rocco de Gasperi. Mensagem recebida por marcelorocco1.gmail.com em 2015.
GASPERI, Marcelo Eduardo Rocco; MUNIZ, Mariana Lima. O espectador transeunte na sociedade do espetáculo: uma análise de “Baby Dolls” – Agrupamento Obscena. Performatus, ano 4, n.15, 2016. Disponível em: . Acesso em: 24 de março de 2016.
VILHENA, Érica. Entrevista. (obscena-agrupamento@googlegroups.com). Entrevista concedida por e-mail a Marcelo Eduardo Rocco de Gasperi. Mensagem recebida por marcelorocco1.gmail.com em 2016.