Bem Vindo!

TRANSEUNTES

Criado em abril de 2012, o grupo de pesquisa"Transeuntes: Estudos sobre performance e Teatro performativo" foi formado a partir da necessidade de artistas em ampliar os estudos sobre as intervenções performáticas nas ruas. Em parceria entre Professores e Alunos do Curso de Teatro (COTEA) da UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei), o projeto consiste, entre outros pontos, em estudos teóricos sobre determinados autores que abordam o teatro nas ruas e em experimentações práticas que visam inserir o espectador transeunte na construção dos processos criativos, a partir das temáticas referentes às abordagens atuais. A pesquisa tem como principal objetivo investigar as propostas de estreitamento entre a cena contemporânea e o espectador transeunte nas ruas de São João Del-Rei, visando analisar a inserção do público como participante das ações performáticas, na busca de:

(...) Utilizar o ambiente urbano de maneira diferente das prescrições implícitas no projeto de quem o determinou; enfim, de dar-lhe [espectador-cidadão] a possibilidade de não assimilar, mas de reagir ativamente ao ambiente. (ARGAN, 1998, p. 219)

Os membros atuais do grupo Transeuntes são:

Professores - Ines Linke e Marcelo Rocco.

Alunos - Débora Trierweiler; Diego Souza; Diogo Rezende; Fernanda Junqueira; Gabriela Ferreira; Guilherme Soares; Halina Cordeiro; Henrique Chagas; Isabela Francisconi; Kauê Rocha; Nathan Marçal; Paula Fonseca; Rick Ribeiro; Tatiane Talita.

domingo, 2 de novembro de 2014

Resumo da atividade - IMERSÃO TEXTUAL - 28.10.2014 (segunda-feira) 13h00

Imersão Textual

            Os encontros oficiais do ““Transeuntes – Grupo de Estudos em Performance” acontecem sempre ás quintas-feiras. Ensaios extras, reuniões de produção e extraordinárias são marcadas a partir das demandas. Este foi o caso da discussão teórica ocorrida na última segunda-feira.                            
              O trabalho de pesquisa do grupo é pautado tanto nas experimentações práticas quanto nas leituras dos referenciais teóricos, e na relaçãos dessas duas frentes. E ultimamente identificou-se uma necessidade, na maioria dos integrantes, em levantar reflexões a partir das leituras condizentes com os interesses do grupo. Entre os textos escolhidos privilegiou-se àqueles que de algum modo dialogam com os pensamentos do grupo sobre a performance e a cena contemporânea e os que podem contribuir com os eixos temáticos deste ano. Os livros e artigos foram divididos entre os pesquisadores que deveriam ler e levantar questões a partir de suas leituras. As plataformas para as apresentações eram livres. Nas falas de vinte minutos podia-se criar apresentações tipo “Power Point” ou até mesmo apontar considerações baseando-se em uma escrita. Assim  o fez Ines Linke, que dividiu com Marcelo Rocco as impressões sobre o livro Invenção do Cotidiano de Michel de Certeau.
            Entre os apontamentos da professora estão o modo como o autor relativiza a noção de verdade oferecendo a ideia de pluralidade do real. E de que forma é possível inventar o cotidiano a partir do nosso fazer. Para Ines o historiador valoriza as manualidades, criatividade e inteligência das pessoas comuns reforçando a lógica da micro existência de onde pode-se questionar os saberes hierarquizados dando espaço para os saberes comuns e cotidianos que podem favorecer o que ele chama de arte sutil. A fala de Marcelo Rocco também questiona os lugares de poder.
            Tendo em base a segunda parte do livro, que já fora estudado para sua tese de mestrado, Marcelo apontou para as críticas do francês sobre como quem produzia passou apenas a consumir e lembrou que o autor considerava a televisão perigosa já que alimenta essa máxima. Lembrou, citando uma cena do filme Cronicamente Inviável de Sérgio Bianchi, que só é possível pensar os lugares de poder por que queremos estar no lugar daqueles que dominam. Rocco reforçou que para Michel o poder só existe porque existe também esta relação “entre” as partes envolvidas.
            Sabrina Mendes, Iolanda de Lourdes e Lucimélia Romão dividiram a leitura de A Sociedade do Espetáculo de Guy Debord. Esta última trouxe uma leitura de Patrice Pavis que ajudou a diferenciar o uso da palavra espetáculo no livro para seu uso no teatro. Iolanda comentou sobre como a sociedade criticada por Debord valoriza o “ter” em detrimento do “ser”. Para ele o que “aparece” é “bom” e o que é “bom” não “aparece”. Discorreu sobre a inacessibilidade dos modelos e padrões propostos e alertou sobre uma possível “proletarização” do mundo. Sabrina trouxe suas impressões sobre a realidade inexistente fora do espetáculo e mostrou vídeos que exemplificavam sua fala. Foram apontada nesta apresentação a necessidade de maior contextualização das leituras e exemplos.
            Júnio de Carvalho, Camélia Amada Guedez e Rick Ribeiro leram um capitulo de O Teatro Pós-dramático de Hans-Thies Lehmann que fala sobre a performance. A apresentação foi feita pelos dois primeiros já que Rick Ribeiro se atrasou. Eles falaram sobre como na performance valoriza-se o processo, as possibilidades de utilização do corpo e a presença. Falaram ainda sobre como o público dá significado ao que está vendo e como esta linguagem aborda uma estética integrativa de um vivente.
Eu, Luís Firmato, trouxe minhas impressões sobre a leitura de Renato Cohen em seu Performance como Linguagem: Criação de um Tempo-Espaço de Experimentação. Nele o intuito do autor “[...] é o de analisar a chamada ‘arte da performance’, estabelecendo suas relações com o teatro e outras artes (COHEN, 1989, p.25).” Para fazê-lo Cohen primeira estabelece uma lista de conceitos sobre a performance. Entre eles figuram o fato de ser uma expressão cênica, a relação entre espaço e tempo. Sua hibridez e por conter em si um atuante, um texto e o público. Faz um apanhado sobre as possíveis raízes da performance e discorre sobre a linguagem e suas características. Entre elas o fato de não se estruturar numa forma aristotélica, seu caráter multifragmentada, a ruptura com a representação o uso de espaços não habitualmente utilizáveis e a crítica á arte instituída. Reforcei a necessidade de lermos o texto com grande atenção já que algumas considerações podem ser datadas. Ines apontou sobre o risco das definições e rotulações construídas no texto até em forma de tabelas, porém como bem disse Marcelo Rocco fatos que não tiram a importância da obra, primeiro texto a traçar o caminho da performance no Brasil.
Sebastian Júnior e Pedro Mendonça leram textos diferentes de Josette Ferrál. O primeiro falou sobre o artigo Por uma poética da performatividade: o teatro performativo. Ele foi alertado sobre o perigo de estabelecer uma relação entre a “quebra” Brechtiana e a performance já que nesta última não existe quebra pela ausência de um discurso aristotélico. Falou-se sobre a importância do processo e de que modo ele reflete no produto. Fomos convidados pela professora Ines em seus comentários a não racionalizar tudo quando em processo de criação.
Pedro traduziu do inglês um texto da autora publicado no livro Archaeologies of Presence – Art, Performance and the Persistence of Being  ainda não lançado no país. Nele a autora discorre sobre as diferentes instâncias da presença. Pedro utilizou exemplos com um integrante para falar da presença que para a autora vai além da puramente física.
Matheus Correa trouxe alguns apontamentos sobre o a Encenação Performativa de Antônio Araújo.
Logo após as apresentações aconteceu uma discussão e foram feitos comentários sobre os textos e as interpretações do pesquisadores. Marcelo reforçou a necessidade de lermos todos os textos e Ines sobre mantermos o modelo de experimentações que antecedem a leitura teórica. Foi unânime o reconhecimento dos benefícios da imersão e acordou-se que ela deve se tornar uma prática pelo menos bimestral.

Luís Lebre
Referência Bibliográficas
CERTEAU, Michel de. A Invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes,1994.
COHEN, Renato. Performance como linguagem: criação de um tempo-espaço de experimentação. São Paulo: Editora Perspectiva, 1989.
DEBORD, Guy. A Sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro, Contraponto, 1997.
FÉRAL, Josette. Por uma poética da performatividade: o teatro performativo. In: Sala Preta Revista de Artes Cênicas, n. 8, ECA/USP, p. 197-209. São Paulo: PPG Artes Cênicas – ECA/USP, 2008.
FÉRAL, Josette. Chapter 2: How To Define Presence Effects GIANNACHI, Gabriella, Org. Archaeologies of Presence – Art, Performance and the Persistence of Being. Routledge, 2012.
LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático. Tradução de Pedro Süssekind. São Paulo: Cosac Naify, 2007. 440 p.
            
      
            

domingo, 26 de outubro de 2014

Ações do dia 23.10.2014

Resumo da atividade
23.10.2014 (quinta-feira) 15h00
Proposta Matheus Correa                                                                          
Praça Bom Senhor Jesus do Matosinhos, Bairro Matosinhos, São João del-Rei, MG.

A reunião desta semana continuou obedecendo à lógica de propostas de exercícios experimentais auxiliares na construção de uma dramaturgia para a nova encenação performativa do “Transeuntes – Grupo de Estudos em Performance” provisoriamente chamada de “Deus é Fiel”. Todos os pesquisadores do grupo farão propostas - a partir de seus interesses e desejos individuais - que deverão dialogar com os eixos temáticos que norteiam os trabalhos neste ano de 2014.  Entre eles estão à discussão acerca da construção do “ser” na forma de “corpo de consumo”, a espetacularização da vida seguindo os preceitos de Debord¹ (1999), as relações a partir da “mercadoria” e as tensões existentes entre consumo e consumismo.
Se no último espetáculo a crítica se deu sobre a banalização da violência, suas relações de consumo e sensacionalismo; e o pensamento sobre a morte como um souvenir da sociedade contemporânea, desta vez estas relações serão vistas sob o recorte das instituições religiosas. Nesta pesquisa atual o grupo se debruça sobre o entendimento de alguns mecanismos utilizados por diferentes instituições judaico-cristã-islâmicas para angariar lucros e fomentar lógicas consumistas.
Sendo assim, respeitando uma ordem anteriormente estabelecida, cada pesquisador deve apresentar suas propostas de exercícios e experimentações de cenas, performances, instalações etc. Após cada experiência – devido ao grande número de proponentes podem acontecer diferentes propostas em um mesmo dia, caso dessa semana – são feitas discussões entre os integrantes do grupo. Nelas são feitas análises e apontamentos sobre os potenciais, fragilidades, e o caráter dialógico da proposta com os eixos temáticos e interesses da encenação performativa.
Matheus Corrêa, o proponente da semana passada junto com Junio de Carvalho, refez uma de suas propostas. Mas, diferente da última semana em que a ação aconteceu no centro histórico (Praça do Carmo, ao lado da Igreja da Nossa Senhora do Carmo) desta vez o local escolhido foi a Praça do Bom Senhor Jesus do Matosinhos. A ideia é que consigamos diversificar os locais de ação como forma de possibilitar a experiência com públicos e espacialidades distintas. A escolha também dialoga com o caráter descentralizador que permeia as discussões tanto do grupo Transeuntes quanto do Urbanidades- Intervenções.
A necessidade de refazermos a ação se deu por dois motivos principais. Seu potencial e algumas questões levantadas pelo grupo. A ação basicamente consistia em pessoas cujas vestimentas correspondiam com as roupas ditadas socialmente para cada sexo biológico. Todos eles, ao todo quatro, colocaram-se próximos ao chafariz da praça, e tinham “placas” de papel A4 que caracterizavam um ou mais pecados morais condenáveis pelos cristãos ou não só. Rick Ribeiro trazia as palavras “bicha” e “drogado”; Sabrina Mendes “suicida”; Marcelo Rocco (bate em mulher e “punheteiro”) e Iolanda de Lourdes “puta e ela abortou”. Matheus Way vestido com roupas e acessórios coloridos era aquele que convidava os passantes para atirarem pedras cenográficas (de tecido) nos pecadores. O jogo, segundo ele, além de ajudar os alvos à redimirem seus pecados dava ao lançador assertivo de três alvos a premiação de uma gota do sangue de Jesus. A ação não teve grande quórum, mas mostrou-se muito potente. A ideia de incluir a performance do espectador na cena pode auxiliar na reflexão sobre o que é mostrado. Mas foi neste quesito que surgiram as questões mais complexas. Uma parte do grupo acreditou que a utilização de condutas julgáveis pelas regras e dogmas da igreja paralelas á algumas julgadas pela lei e por grande parte das pessoas (como o caso do “bate em mulher”) pode ser perigosa. Colocar um homossexual e um agressor de mulheres na mesma plataforma de julgamento pode favorecer interpretações erradas, caso isso não seja escolhido. Sendo assim a proposta foi refeita, e as mensagens editadas. Optou-se por escolher apenas uma palavra por pessoa. Camelia Amada Guedes ficou com “Não pagou o dízimo”; Marcelo Rocco trazia os dizeres “Levantou falso testemunho”; “Pederasta” e “Adúltera” eram as palavras de Junio de Carvalho e Lucimélia Romão, respectivamente; Iolanda trazia a frase “ela abortou”; Pedro Mendonça “Ele adora outros deuses”; e por fim Bernadete Macinelli “pecou contra a castidade”.   (imagens 1-6)







       Os alvos cresceram em número, mas não ocorreu o mesmo com o público. Descobrimos que a ação refeita poderia ter sido melhor aproveitada caso fosse pensado melhor a pré-produção. Escrever as placas anteriormente com pesquisa de frases bíblicas e a escolha de um local com maior circulação de pessoas, o que poderia ter auxiliado tanto nas intenções da ação quanto no envolvimento dos passantes. Alguns integrantes apontaram para Luís Lebre outras possibilidades de intervenções e abordagens. Ele teve que substituir o Matheus Way que faltou no dia por problemas pessoais. Também o fez Sabrina Mendes pelo mesmo motivo. A discussão foi adiada por conta do segundo exercício proposto por Ines Linke no CTan.

Proposta de Ines Linke                                                                   
Campus Tancredo Neves - UFSJ -Avenida Visconde do Rio Preto,S/N - Colônia do Bengo São João del Rei – MG
A ação sugerida pela professora Ines Linke foi chamada de “Bloody Mary”. Foram pedidos roupas, acessórios, objetos, alimentos e bebidas de cor vermelha para a ação, foi também preparada uma tinta artesanal para pintar alguns corpos. O exercício experimental surgiu de dois momentos. Um envolvendo o grupo Urbanidades-Intervenções - em uma deriva o graduando Pedro Mendonça interessado nas cores das casas foi provocado a testar em sua própria pele a receita de uma tinta verde artesanal - e outro de uma ideia da professora em trabalhar com altares.
A proposta inicial era fazer com que os integrantes do grupo compusessem imagens de uma mesa em ceia com todos os materiais e alimentos vermelhos e que formássemos uma imagem inspirados na Santa Ceia de Leonardo Da Vinci. (imagem 7)


Imagem retirada do site do Mulan Museu disponível em: http://www.milan-museum.com/br/ultima_ceia.php. Visto em 25.10.2014 ás 5h47
Aos componentes foi sugerido também um brinde. Ines indicou que usássemos referenciais bíblicos ou que construíssemos corporeidades e falas que remetessem aos sentimentos e situação vivida pela figura de Jesus Cristo e seus apóstolos na última ceia.
            A experiência mostrou-se muito potente, apenas faltaram os referenciais diretos e o exercício revelou pouco conhecimento sobre as passagens bíblicas que narram o acontecimento. Tais questões devem ser mais bem desenvolvidas nos próximos encontros.  A discussão que é realizada após todas as propostas não pôde acontecer devido ao horário avançado.

Luís Lebre

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E IMAGÉTICAS
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
Santa Ceia de Leonardo da Vinci disponível em: http://www.milan-museum.com/br/ultima_ceia.php. Visto em 25.10.2014 ás 5h47 
As fotos são de Matheus Correa.




segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Comunicação na ABRACE

O coordenador do Transeuntes Marcelo Rocco ,teve sua comunicação sobre o espetáculo Morra! aprovada na ABRACE! (Associação Brasileira de Pesquisa e Pos Graduação em Artes Cênicas) Confiram o resumo!
Comunicação - A morte como um souvenir Sensacionalismo, Consumo e Tragédia na ótica do grupo Transeuntes Estudos sobre Performance
CABEÇALHO:

GASPERI, Marcelo Rocco. A morte como um souvenir: Sensacionalismo, Consumo e 

Tragédia na ótica do grupo “Transeuntes - Estudos sobre Performance”. Belo Horizonte: 

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Universidade Federal de São João Del Rei 

(UFSJ) ; Professor Assistente. Diretor Teatral.


RESUMO
O presente texto irá analisar a encenação performativa “Morra! Mas antes aproveite as nossas Liquidações” construída em 2013 pelo grupo de estudos “Transeuntes” (UFSJ), cujos eixos temáticos são: O sensacionalismo, o consumo e a tragédia, linhas cujos princípios são definidos pelo capitalismo contemporâneo que engloba as relações humanas sob o aspecto da mercadoria. “Transeuntes” se baseou em um conto chamado “Rremembranças da menina de rua morta e nua” (2006) de Valêncio Xavier, que traz em sua trama a história de uma tragédia anunciada: uma menina de rua que foi estuprada e morta em um trem-fantasma no interior de São Paulo. Mesclando ficção e realidade, Xavier revela o lucro imediato que a morte da menina traz aos jornais televisivos, aos comerciantes que vendem souvenires da menina, entre outros artefatos. Assim, a notícia de tal tragédia é consumida insistentemente pelos espectadores. Usando tal conto como base prévia da pesquisa cênica, o grupo “Transeuntes” criou uma encenação performativa em espaços públicos de São João del Rei (MG). Para a estruturação de tal encenação, o grupo se baseou em conceitos operatórios de linguagem cênica, tais como “Teatro Performativo” (FERAL, 2008) e “Encenação Performativa” (ARAÙJO, 2008), buscando elementos próprios da performatividade para a concepção deste trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Sensacionalismo. Cotidiano. Encenação Performativa.

INVERNO CULTURAL UFSJ EM SETE LAGOAS









quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Reunião 26 de agosto

Marcelo convocou a todos para um ensaio de duas cenas do Morra! logo após a aula, 22:30. Foram realizados alguns acréscimos e modificações nas cenas do creme e na cena dos repórteres. Na primeira, Marcelo pediu para que a personagem de Luis mostrasse mais o público como consome-se a beleza e se é hipócrita quando não é assumido isso individualmente.. Na outra cena pediu a Sabrina que faz o papel da menina morta, não se manifestasse mais através de palavras. Ela faria o mesmo gestual e ações de antes mas seu rosto estará anulado por um pacote de papel de pão. A idéia seria de um corpo e que não possui voz. 


Reunião de 21 de Agosto

Alguns pontos que foram discutidos na reunião
Avaliação do Seminário de Fortaleza
Como resolver o problema da produção para o próximo espetáculo. ( Luís sugere revezamento)
No Morra! Quem está na produção: Matheus,  Marcelo e Riky.
Conferência do figurino individual depois ajudar com o resto. Lavagem do seu próprio figurino.
Inês sugere: check listantes e depois do espetáculo.
Organização dos figurinos: um dia na reunião 28 de agosto.
Avaliação da apresentação do Transeuntes no Ceará

4 de setembro apresentação em congresso na UFMG





segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Seminario na Universidade Federal do Ceara


06 a 08 de agosto em Fortaleza, Ceara

SEMINÁRIO DANÇA TEATRO EDUCAÇÃO
A realização do Seminário Dança Teatro Educação (SDTE) é uma iniciativa conjunta dos cursos de Licenciatura em Dança e de Licenciatura em Teatro do Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
O curso de Teatro teve início no ano de 2010 e o de Dança no ano de 2011. Trata-se assim de dois cursos novos, com propostas importantes que impulsionaram a realização da primeira edição do Seminário no ano de 2011, cujos objetivos tiveram como princípios alargar a reflexão centrada nos aspectos que envolvem o ensino e aprendizagem do Teatro e da Dança nas escolas públicas e privadas; discutir as políticas de educação voltadas para os licenciados em Dança e Teatro; pensar a educação relacionada à experiência estética e especialmente no caso da Dança e do Teatro, onde saberes e práticas inscritos na experiência corporal são ativados na/pela prática pedagógica.
Com base nessa primeira experiência do Seminário, na qual recebemos palestrantes do Sudeste e Nordeste, bem como graduandos, mestrandos, pesquisadores e artistas das demais regiões do país, tivemos a concretude da necessidade de sua existência continuada não somente para o contexto local, mas sobretudo a nível nacional.
O entendimento do Teatro e da Dança como área do conhecimento vai além de formas de entretenimento que se valem de experiências do movimento. A Dança e o Teatro são áreas privilegiadas para fomentar o trabalho, a discussão e a problematização da pluralidade cultural em nossa sociedade, bem como para promover a interdisciplinaridade.
O aspecto formativo do seminário envolve a realização de oficinas, apresentações científico-artísticas e conferências propostas por profissionais renomados e politizados no ambiente da arte e da educação.
As apresentações científico-artísticas acontecem por meio de convocatórias de trabalhos de pesquisa, aproximando alunos de graduação e pós-graduação, professores em dança e em teatro da rede de ensino formal e não-formal e artistas que possam trazer para a programação do Seminário seus modos de atuação com a docência artista.
Interessado em potencializar a aproximação entre os futuros licenciados, professores da rede pública de ensino, universidade e escola básica, este seminário tem também como proposta constituir parcerias frutíferas através da promoção do encontro entre os profissionais da arte e da educação com os órgãos públicos competentes pela cultura e educação no Brasil, bem como do diálogo com as leis, parâmetros e planos governamentais voltados à arte/educação no contexto da Dança e Teatro no Brasil.

(Texto retirado do site: http://www.seminariodte.ufc.br/)


Apresentamos o espetáculo Morra! no dia 8 de agosto na integra foi havia sido combinado inicialmente, porem as apresentações estavam atrasadas, e o espetáculo ficou um pouco em desvantagem pelo horario que lhe restou para a apresentação: por volta do meio dia. Ja que muitos que estavam no seminario, acompanharam o inicio do espetáculo e foram embora no meio da apresentação. Seguido ao termino de Morra!, juntamos tudo e ficamos a espera do ônibus para Minas! 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Impressões sobre as instalações



Não pude observar ao vivo as instalações, pois o Rikypossessivo me mantinha presa. Rsrs. 
Então vou comentar a partir das fotos tiradas pela Iolanda.

Júnio, achei que o local desta vez escolhido, o banheiro, deus mais potência à instalação, por ser um ambiente onde “o pecado” sempre acontece.
Talvez vc poderia ter encontrado uma outra maneira de expor as palavras que estavam penduradas no seu corpo.
Não sei se tinha música durante a sua instalação. Imagino que seria melhor se tivesse (caso não tenha tido), por causa da excelente acústica do banheiro.

Lucimelia, o vestido ficou lindo!
Qdo vi a sua foto, em frente a capela, pense: “O importante é casar pra montar uma família, não importa o vestido, nem o noivo, nem a noiva, nem o que virá depois disso, pois a família é sagrada! E o mundo tem a expectativa de que nós mulheres nascemos para isso: casar e procriar.” 

Camelia, achei provocante a sua provocação. Rsrs
Achei que faltou alguma coisa pra das destaque na sua instalação. Talvez uma mudança nas letras (cor, tamanho, forma, blablá).
Talvez se vários cacos de espelho tivessem sido colados em volta do cartaz, com uma luz fixada na parede oposta, que desse direto nos espelhos, ficaria mais chamativo.

Pedro, podre! Chocante a sua instalação.
Me fez lembrar que sacrifícios, mutilações e torturas são feitas em nome de um livro ou crença num poder superior.
Me fez lembrar tb que se fosse pra crucificar os que não seguem à risca os mandamentos de sua crença ou do seu livro sagrado, todos já estariam pregados numa cruz. 
Não há crucificação dos corpos, mas metaforicamente somos crucificados por acreditar ou não em alguma divindade.

Matheus, achei chamativo a imagem da sua instalação. Fiquei curiosa pra saber se você fala alguma coisa, pois te imaginei falando como um robô, uma fala bem quadrada e sem oscilação de tom ou intenção. 

Lebre, meu carneirinho! Acho incrível o “poder” que vc tem de mostrar algum tema, seja em forma de instalação ou performance, de maneira tão potente quanto o que acontece na “vida real”.

Mario, que não me comeu atrás do armário..o problema é quando acontece isso mesmo: a crença cega e ignorante toma conta e faz com que o indivíduo adore qualquer coisa, e faça qualquer loucura por esta coisa.


Júnio de Carvalho

 Refletirei e trabalharei na ação....
O espaço do banheiro foi pensado sim, pois é um lugar que faz parte de toda minha adolescente. Um refúgio que tinha, lugar de fuga e lamentação e prazer. E sim, é um desejo de ser posto em cena com a relação de prazer sexual x culpa cristã.

Marcelo Rocco 

Gostaria de trazer mais que uma reflexão, mas provocar vocês sobre este primeiro ciclo de impressões, não precisam responder, coloquem isto em cena: 
Júnio de Carvalho
sobre a ideia da crucificação- Quantas pessoas estão no "lugar do crucificado?", Somos vítimas? Quando nos manipulam, nos entorpecem com as suas palavras bíblicas, estes rótulos que não acabam mais... Acho interessante também quando nós rotulamos. Sobre o espaço, porque o banheiro? Um lugar masculino de fetiche, de testosterona. Qual a relação com o banheiro? Foi pensada? É um desejo de ser posto em cena? 
Matheus Correa
Quem manipula quem? Seu trabalho se aproxima bastante do trabalho do Luis, mas até que ponto somos apenas vítimas? Compactuamos com a nossa vitimização? Vamos a estes lugares pela “falta”, porque algo está vazio? Por que queremos ter? Somos bonecos? Marionetes dos outros ou também de nossas vontades? Quando nos questionamos? Adorei a ludicidade da sua construção, ficou mais perverso do que já é. Me fez pensar sobre usarmos também uma linguagem infantil. Você poderia se debruçar sobre isto? 
Camelia Amada Guedez
Achei a sua impressão muito potente do ponto de vista dramatúrgico, acho que você tem uma leitura provocativa, sem querer fechar nada, sem falsos didatismos. Gostaria que tentasse transpor isto em forma de cena, sem descartar o trabalho sugestivo e não conclusivo que você como artista possui. Poderia trazer versículos bíblicos para esta construção e brincar sobre isto? 
Mario Dmnll
A ideia do simulacro como uma espécie de religião, mas até que ponto temos total consciência disto? Como transformar este tema tão atual e complexo em cena? A maçã parece um ótimo começo, pois ela é a origem de tudo, do pecado original, da representação de uma marca mundial, como você diz, a Meca. Como vamos à Meca? Como satirizar a marca? Como trazê-la junto ao cientificismo? Como alimentar a cena? 
Luis Luís Lebre
As velas e a sanguinolência me remeteu ao vampiro NOSFERATU, você já viu? Por favor , assista. O povo sempre sugado? Mas por quem? Por quantos vampiros? A estrutura de vídeo que trouxe juntamente a encenação das roupas, vislumbro uma cena quase pronta, pré-fabricada. Achei sua cena uma facada, então vamos nos esfaquear esfaqueando o público? Vamos verticalizar o que começou? Depois daremos um MC LANCHE FELIZ 
Pedro Mendonça
Ótima imagem de carnificina, escritos, cuja luz é do fogo apagando o saber. Mas o que iremos queimar? A Bíblia? As enciclopédias? Você pode resgatar estas fogueiras? Desde as bruxas até a fogueira SANTA DE ISRAEL (veja no YOUTUBE Igreja Universal), veja também Hermann Nitsch, este performer dialoga bastante com o seu trabalho; Os ossos como materiais de encenação ;
Lucimelia Romao
A noiva submissa, a noiva que sorri? Ela é feliz? O que a noiva esconde? O que ela mostra? As sacolas são partes dela? São os fragmentos da dona de casa acoplada ao lar? Acho que você poderia trabalhar juntamente com a Iolanda sobre esta questão 
Iolanda De Lourdes
O vídeo é sem dúvida uma ESTRUTURA POÉTICA E AUTOBIOGRÁFICA da nossa relação incondicional com DEUS, pois todos passamos, ficamos, ouvimos, ELE. Acho a sua pesquisa super forte tanto para a chamada quanto para a ENCENAÇÃO. Gosto muito desta proposta permeando todo o espetáculo. 
Sabrina Mendes
Uma sinceridade absoluta. A devoção. Você traz (ou não) a outra face da Lucimélia. O desejo. O medo da perda? Quanto rezamos? Quanto de nossos sonhos há de mesquinhez, há de vil, quantas pessoas queremos amarrar nos nossos quartinhos. Quero a oração como parte da encenação. Você pode se debruçar sobre os santos que ajudam em todas as causas?




Matheus Correa:

 Júnio - Ótima instalação, e fez total relação a você pelo que percebi pelos seus relatos durante os encontros, gostei da escolha do espaço e como foi abordado o tema, me faz pensar em quantos jovens se crucificam dentro de si por censura do próprio corpo e mente.

Lucimelia - LINDO VESTIDO, me passe o contato do estilista! A ideia desde o início eu achei incrível por ter participado da construção, mas me fez pensar também no descartável, da mulher ser descartável, é ótimo essa ideia da noiva feliz para honrar seu homem acima de tudo.

Camélia - Sem querer já havia vivenciado o mesmo, só que dentro da igreja! E ainda me lembro da decepção que foi me ver espelho e esse sentimento me voltou quando vi você ao montar, decepção de que Deus não tem 3 metros de altura, barba branca e vive em uma nuvem e que pode ser um humano como nós adorei o questionamento "será que somos divinos como ele? E ele humano como nós?" são contra pontos interessantes!

Pedro - Forte imagem a sua instalação, quantos veem o conhecimento se esvair sem nada fazer? me senti nesse lugar! Não sei se foi esse o sentindo da queima dos livros. Também me fez pensar em quantos se crucificam junto ao cristo na parede e nada fazem só vivem daquela palavra e nada mais!

Luís - Não vi inteira, mas mesmo assim foi uma facada na barriga! Muito potente a questão do aleijado com as falas " jogue suas mãos para o céu!" e etc. O desespero de nada poder fazer foi gradativo ate culminar no vídeo que foi a cereja do bolo (não gosto de cereja) e reforçou ainda mais a passividade que nada questiona só faz e é levada ao abate! Vejo eu como uma cena pronta!

Sabrina - A SINCERIDADE EM PESSOA! Amei de paixão a sua instalação, passou toda essa ideia de aprisionamento e condicionamento do marido a esposa e o desejo de toda mulher de ser amada visceralmente e desmesuradamente!



Luís Lebre 

Peço desculpas para alguns membros cujas instalações e ações eu não pude acompanhar, tive um problema com a caixa de som e com o projetor que só pode ser obra do demônio. Comentarei então cada uma baseado na minha presença ou a partir da observação das instalações que, a partir da ótima sugestão do MARCELO , ficaram “expostas” pelo prédio do REUNI. 

JÚNIO CARVALHO – BANHEIRO SUJO - Acho muito potente a escolha do banheiro, este lugar onde as sujeiras são retiradas e onde podemos – à portas fechadas – praticar ações renegadas socialmente. O banheiro este lugar de contato com o que somos, lugar do corpo nu, do corpo a corpo. Ali, como que preso por alguém estão crucificados os “pecados” de todos nós. Semi nu ele se oferece á observação de quem quer que entre, mas sempre homens. Diversos filmes que abordam questões ligadas a gênero e sexualidade tem o banheiro como cenário de suas tramas. Saindo do Armário (Get Real) do diretor Simon Shore tem diferentes e memoráveis cenas no banheiro, seja como lugar de encontro ou desencontro entre homens. Acredito que devemos pensar na possibilidade de mantermos este local como possível espaço para encenação. O banheiro e sua função de limpeza, higienização e assepsia me lembra as pias batismais, a acústica favorece a experimentação com a voz e sons e penso em confessionário toda vez que vejo uma baia! As portas que revelam apenas os pés e calçados oferecem diversas possibilidades para cenas. 

CAMELIA AMADA – ANTES ERA O VERBO - O espelho oferece um confronto com um DEUS enquanto contato com o que eu próprio sou. Adoro a ideia da personalização oferecida, da exclusividade de se encontrar com DEUS ali, na banalidade de um corredor! A perfeição da presença divina ofertada em um cartaz vulgar, ordinário, mas ao mesmo tempo simples, próximo e acessível. Como ofertamos DEUS? Como a oferta do DIVINO acontece? Onde mora nosso DEUS? Que lugar reservamos para ele? Quais as estratégias de se oferecer encontros com o divino, mas principalmente como nos responsabilizamos pelo DEUS que escolhemos? Como defendemos o que nos é importante acreditar? 

MATHEUS COIMBRA – NAS MÃOS DO SENHOR - Manipulados, controlados somos. Mas até que pontos não enterramos dogmas e seus livros em nossas cabeças? A figura me lembra um DEUS infantilizado, pastor amável, velho bom e generoso. Que nos conduz, nos leva até seu caminho de luz e salvação. Talvez o caráter didático da manipulação possa ser estendido para outros olhares. Como manipulamos as interpretações das escrituras sagradas a favor de interesses próprios. Como os líderes religiosos manipulam seus seguidores em função de pensamentos favoráveis a suas práticas. Como os ateus fanáticos manipulam de teorias filosóficas á meros “achismos” como meio de validar seus discursos preconceituosos.

LUCIMÉLIA – CASAMENTO PLÁSTICO – Fora da igreja, sem noivo, sem presentes, só o sorriso e a passividade. Seu vestido é de restos, sacolas descartáveis, o que importa é o casamento, subir no altar e sorrir, descer do altar e sorrir. Vazias as sacolas podem ser cheias de tudo o que se possa comprar. A noiva possibilita discussões sobre a capitalização da religião e de suas práticas. Todos os sacramentos envolvem alguma quantia em dinheiro, seja para a realização efetiva – caso do casamento – seja na compra de roupas cujas cores e padrões devam obedecer códigos sociais de origem perdidas no tempo. Mas pode trazer discussões sobre machismo e a salvação pelo outro, por um acordo e convenção social. Mulheres Perfeitas do diretor Frank Oz é um filme que dialoga com sua instalação. Pensei em uma noiva que já traz em seu corpo toda a necessidade do casamento, toda a felicidade, uma noiva DEUS que comporta todas as curas e todas as resoluções. Mulheres que param tudo o que estão fazendo quando seus maridos chegam, costelas ambulantes a serviço dos “provedores”...

PEDRO MENDONÇA – DESCE COMO FOGO – A cruz não é presa ao chão, ela flutua, dança desdenhando do fogo que aqui nunca a atinge. O fogo dos livros queimados, o índex aproveitado para queimar as bruxas, uma economia que eleva a crueldade aos céus. Ossos, restos, malcheirosos expondo os absurdos da violência do passado e de cada dia. O fogo é o da vela e é o mesmo fogo que mata, que desce em pentecostes, que sacrifica o carneiro. Essa cruz diminui distâncias, sua descida já leva a cremação. Muito forte a imagem, sugere cenas potentes. Adriana Varejão, Marina Abramovic podem contribuir e eeu sempre penso no excesso! Megalomaníaco desejo muitos ossos e grandes fogueiras, imagino a cena de um capataz que nunca para de trazer lenha tão grande é a necessidade da fogueira que queima tantos pecados contabilizados por um contador de pecados.

MARIO DMNLL – CONEXÃO COM O PECADO – Adoramos o tecnológico, rezamos para que tudo funcione. Ajoelhamos para as novas criações e a despeito de DEUS tenho acesso a tudo o que desejo sem interferências e mediações. Um clique vale mais que uma oração e os manuais substituem facilmente minhas bíblias. Nossos rituais contemporâneos são de qualquer modo tão iguais aos que nos criaram. A onipresença da comunicação via internet deixa deus retrógado, com sinal atrasado. Velas de sete dias virtuais. Pedidos de oração e bênçãos de água a distância. Os protestantes que renegam a imagem donos de canais de televisão. DEUS está em toda parte, principalmente on line. Quero robôs que rezam sem cessar. Quero ressuscitadores de programas e fiéis. Quero a apropriação do tecnológico pelo divino já que tudo é de DEUS.

SABRINA MENDES - PRESA À VERDADE – O amor e a posse como religião, controle e adoração. O que é o ciúme senão também a luta contra o instável, contra a morte e o fim. Vejo no desejo de posse do outro o controle e a eternidade. O amor perpetuado e por toda a vida, até que nem mesmo a morte nos separe. Me lembrou dos quartos de enclausuramento sem janelas. Recantos de adoração e oração como redutos do outro. Templo de adoração do outro, de posse e controle do que é o outro, do que pode o outro, pura religião. Meu corpo e minhas escolhas como religião, se a verdade doesse menos que a prisão admitiríamos que todos temos algo a ser preso, com linhas bem mais fortes que barbante de algodão.


Júnio de Carvalho

 Luís, a saltitante > você conseguiu, facilmente, ilustrar o jogo de poder que há nas autoridades cléricas, mostrando a subestimação e cegueira dos conformados leigos (carneiros) e também a hipocrisia instalada nestas relações. Acredito que podemos ampliar e potencializar muito mais a figura daquele que não se enquadra nos dogmas religiosos, seja por motivos físicos ou comportamentais, como você representou um cristão (no caso, se enquadra mais) que não tinha braços, sendo que nas celebrações católicas a mão é o principal instrumento de adoração e oração. 

Camelia, anada > eu também já tinha me deparado com esta situação e acredito que devemos trabalhar em cima dela sim, pois é potente esta "aproximação" com o celestial. E as pessoas que não se enquadram nos preceitos cristãos, ela são à imagem e semelhança de Deus? Como diferenciar? Como ampliar a imagem de Deus como humano. Acho que poderia trazer também pra relaçao de Deus criou o homem ou o homem criou Deus?

Matheushhh, o anjo > mostra também o jogo de poder e influencia existente nas relações entre cleros e leigos. Podemos criar manipulações de corpos, ideias e/ou comportamentos. Acredito que seria interessante trabalhar mais na ideia de um Jesus infantil ou talvez até bobo pode trazer um desconstrução e desromantização destes...

Dmnll, A-E-I-O-U 123 > Em termos de estética sua instalação foi maravilhosa e provocadora. A centralização do pecado vista como um motivador ou tônus para caminharmos. Penso que podemos ampliar este peso dado ao pecado e culpa, vistas como a última coisa do mundo. E como já disseram, seria interessante resignificarmos alguns elementos como a maça ser a da Apple. No mais, é isso! Com você, teremos um grande presente na estética do espetáculo

Romao, a cotista > Ventido mara! RÁSÔ! Algo que podemos discutir no cunho comercial e cristão. A mulher que nasceu e foi criada pra casar e vê isso como único motivo de viver. A mulher que se apropria do mercado para se sentir bonita e realizada?

Mendes, de Elói Mendes > muito potente mesmo sua ideia de restringir um casal às possibilidades, de enquadrar visões e comportamentos. Estar presso a si mesmo! Pergunto, o que, materialmente, te prenderia (ao invés de cordinha de barbante)?