PERGUNTAS
• QUAL
O PERÍODO DE SUA ENTRADA NO GRUPO?
• QUAL
(QUAIS) A(S) MOTIVAÇÃO (MOTIVAÇÕES) INICIAL (INICIAIS) QUE LEVOU VOCÊ A
PARTICIPAR DO AGRUPAMENTO?
• SOBRE
O FORMATO DAS REUNIÕES, ACERCA DAS DISCUSSÕES TEXTUAIS, PREPARAÇÃO PARA AS
AÇÕES, ETC., COMO VOCÊ CONSIDERA A SUA PARTICIPAÇÃO? PODERIA PONDERAR? OU SEJA,
COMO VOCÊ SE VÊ E SE MOVE DENTRO DO GRUPO?
• FALE
UM POUCO SOBRE AS LINHAS DE PESQUISA QUE VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES DENTRO DO
TRANSEUNTES, CONSIDERANDO TAMBÉM OS EIXOS DE INTERVENÇÃO URBANA, AS LINHAS
TEMÁTICAS ACERCA DO FEMINISMO, GÊNERO, ENTRE OUTRAS. (FALE LIVREMENTE).
• SOBRE
OS PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS QUE O TRANSEUNTES REALIZA NAS RUAS E EM DEMAIS
ESPAÇOS PÚBLICOS, COMO VOCÊ PERCEBE A PARTICIPAÇÃO DOS PASSANTES? COMO O
TRANSEUNTES AFETA A CIDADE A PARTIR DE PEQUENAS FISSURAS, AÇÕES EFÊMERAS, ETC.?
• FALE
UM POUCO SOBRE A SUA PARTICIPAÇÃO NOS PROJETOS ATUAIS E AS REVERBERAÇÕES NO
GRUPO .
DIOGO BRITO REZENDE
• 1º
período (2015-1)
• Entrei
para o grupo principalmente porque queria fazer parte e conhecer melhor algum
projeto de extensão/pesquisa, e meus amigos mais próximos todos iam participar.
• Sei
que não me coloco muito nas discussões – o que estou tentando mudar –, mas
sempre busquei participar de todos os exercícios e ações propostas.
• Acho
importantes principalmente as linhas de pesquisa ligadas à pressão social e ao
poder que a sociedade tem sobre todos nós (desde da sociedade familiar até a
global), em todos os âmbitos (mídia, religião, política, sexualidade,
feminismo...), o que engloba os assuntos levantados tanto no Morra quanto
no Deus é Fiel. E acho que seria muito interessante continuarmos nessa
linha.
• Como
fazemos teatro de rua performativo (se eu estiver errado, por favor me
corrija), é mais o do que natural – e essencial – a participação dos
transeuntes nessa experiência – o teatro só existe porque há essa conexão em
tempo real entre os atores e o público (no nosso caso, os transeuntes).
Acredito que o Transeuntes, de uma maneira ou de outra, acaba – seja por suas
intervenções, performances ou espetáculos –, mesmo que minimamente, por afetar
a cidade e seus habitantes. Toda ação, por menor que seja, tem uma
consequência, e as nossas não são diferentes.
• Como
disse anteriormente, tenho consciência que não me coloco muito nas discussões
do grupo, e que estou tentando mudar, mas acredito que contribuí de certa forma
para o espetáculo Deus é Fiel, principalmente – e isso é algo que me
alegra – na “remontagem” do espetáculo, quando reorganizamos as cenas. Vou
continuar tentando ajudar sempre no que eu sentir que posso melhor contribuir,
e fico mais do que feliz em ficar a cargo, no ano que vem, de gravar nosso processo
de construção do novo espetáculo para depois montar um vídeo.
DIEGO MACHADO
• Participo
do grupo desde março de 2015.
• A
necessidade de discutir e debater diversos temas que, de alguma forma, se
relacionam com questões pessoais minhas, me incomodam e/ou provocam alguma curiosidade.
• Acredito
que, em geral, minha participação foi positiva. Tentei me esforçar o máximo
possível para desenvolver os exercícios propostos (mesmo não gostando de todos)
e realizando as leituras necessárias para as discussões, para as quais tenho me
esforçado bastante para aumentar minha contribuição.
• Acredito
que todos os temas estudados pelo Transeuntes são de extrema importância, estão
em evidência na sociedade, gritando por atenção. Em minha percepção, os temas
que melhor foram discutidos pelo Transeuntes no último ano foram a arrecadação
de lucro pela fé e a intolerância religiosa, porém sem deixar de abordar, mesmo
que de forma superficial, vários outros temas importantes.
• É
muito perceptível um grande estranhamento nos transeuntes ao se depararem com
atividades e ações tão diferentes do comum. Vejo este estranhamento como um
aspecto muito positivo, pois a partir dele, muitas vezes, o transeunte é
provocado a enxergar determinada coisa que até então não era vista (percebida)
ou até mesmo a refletir sobre determinado assunto ou situação. Acredito que
todas as ações afetam o olhar sobre a cidade, pois evidencia aquilo que muitas
vezes não é evidente a quem “se acostuma”.
• Vejo
a minha participação como algo mais importante para o meu crescimento pessoal e
profissional do que para o grupo em si. Neste último ano, tudo foi novidade,
logo, pude aprender mais do que contribuir.
Estar
no grupo foi fundamental para que eu pudesse discutir questões que me incomodam
e que nos cercam a todo momento. Talvez ai esteja uma das maiores importâncias
pra mim, pois esta discussão não fica apenas na forma verbal, se transforma em
imagens, em corpos e em ações, me fazem refletir e me trazem satisfação, por
unir um tema que me incomoda com algo que me dá tanto prazer (teatro).
IOLANDA DE LOURDES
• Novembro
de 2013.
• Sempre
via algumas ações acontecendo na rua e isso me despertou interesse.
• Para
mim, o grupo Transeuntes foi a coisa mais importante que fiz dentro da
faculdade. Então minha dedicação foi máxima para as leituras e as discussões.
Hoje os textos fazem parte do meu histórico de vida e pretendo seguir este
caminho depois que me formar.
• O
Transeuntes trabalha diretamente com as questões sociais na qual estamos todos
envolvidos e de uma maneira muito direta e próxima já que suas ações e
apresentações se encontram todas na rua para um publico acidental. Um publico
que nem sempre ou nunca tem a oportunidade de ir ao teatro. Seja por questões
culturais ou financeiras. Então o Transeuntes se coloca de forma democrática
quando realiza suas ações, intervenções, do processo e espetáculo final.
• As
questões da atualidade estão principalmente em torno do comportamento do corpo
que deve obrigação a algo ou alguém sendo estes: estado ou religião.
• Os
temas escolhidos pelas duas encenações que realizadas: MORRA! e DEUS E FIEL são
reflexos da sociedade doente por consumo e domínio do corpo.
• O
Transeuntes faz da rua sua ferramenta de trabalho. As leituras dos textos na
rua, as ações propostas pelos integrantes na rua que dialogam diretamente com
os transeuntes. Sejam esses olhando ou dialogando com o performer. Assim, o
texto dramaturgo se constrói a partir desse dialogo entre publico e performer.
Podemos dizer que o publico ajuda a construir a encenação final e ainda
modifica - a quando ela e apresentada, pois o dialogo continua nessa
apresentação (considerada aberta).
• Quanto
ao espaço físico, o grupo trabalha seus corpos na rua utilizando-se desses
lugares despercebidos que servem de suporte de passagem. Trabalhados, eles têm
outro significado a partir de sua manipulação diferenciada. Não e mais possível
o publico/transeuntes não perceber tal espaço depois de sua
(Re)utilização.
• Atualmente,
estou com a pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso então minha atenção esta
inteiramente voltada para o mesmo. Mas o grupo me afeta diretamente pelo que
trabalhei dentro dele. Minha investigação atual esta intrinsecamente ligada a
rua e o tipo de encenação escolhida por mim, permeia o teatro performativo que
e trabalhado no grupo Transeuntes. Meus textos atuais estão se encontrando com
os textos do grupo. Através do grupo me interessei mais que nunca pelas
questões politicas e sociais e assim pretendo continuar.
KAUE ROCHA
• Entrei
no meu primeiro período, em março de 2015.
• Na
primeira semana de aula, o Transeuntes foi apresentado em uma aula de exposição
dos projetos do curso de Teatro. Nunca tinha tido contato com performance, e
isso me interessou muito em participar do grupo. A fala sobre a temática do
espetáculo MORRA - MAS ANTES APROVEITE NOSSAS LIQUIDAÇÕES feita na aula também
me levou a procurar o grupo, pois gostei do tema trabalho, sabendo que um novo
espetáculo com uma boa temática estaria sendo trabalhado.
•
Acredito que tenho mais facilidade nos momentos de discussão teórica. Como
disse na segunda questão, tive com o Transeuntes meu primeiro contato e
experiências com a performance. Através dos textos, pude conhecer ainda mais, e
debatê-los nas reuniões foi de extrema importância, pois através dos fluxos de
ideias e considerações conseguia aprender mais. Também sempre me coloquei nas
preparações para as ações; porém, de modo mais tímido, discreto, talvez por não
ter tanta experiência.
• Gosto
de nosso contato com a rua, com o transeunte. É muito forte para mim ir até o
espaço urbano e ressignificá-lo, tirar dele novas impressões, funções. Tirar o
teatro de espaços institucionalizados e usar da cidade para fazê-lo. Atrair os
passantes, pará-los de seu percurso para observar. Adentrar espaços acadêmicos,
por muitas vezes engessados pela burocracia e tomado por cabeças
preconceituosas, e ali criar.
• Tomando
como ponto de observação as atividades realizadas no Centro da cidade, acredito
que o transeunte é tímido, mas extremamente curioso. Ele tem pouca coragem de
chegar mais perto, ter um contato maior, mas fará de tudo parar observar cada
detalhe das ações. O Transeuntes usa a cidade, a deixa viva, móvel, forte.
Praças pacatas tornam-se palco de movimentos, ações. E isso afeta o transeunte,
que enxerga aquele local de outra forma, não apenas um trilho de passagem.
• Participo
também do Murundum, grupo de dança contemporânea, e aplico muito no Transeuntes
a força do corpo do dançarino nas ações que fazemos. Cuido do espaço negativo e
desenho meus movimentos no espaço.
• Qual
a importância das reuniões mais teóricas, com a leitura de textos prévios como
alimento (ou não) das práticas? Ou seja, as reuniões teóricas, bem como os
textos, alimentam as ações práticas? Por quê?
• A
teoria alimenta a prática, isso é fato. Ao estudarmos autores consagrados,
puxamos esse conteúdo de ideias para nós. Pensamos nas atividades que já foram
realizadas em outros países e consideramos fazê-las. A leitura é muito
importante. Acho que o que disse na questão 3 cabe aqui.
LUIS FIRMATO
• Estou
no grupo desde o primeiro semestre de 2012, quando da primeira reunião até o
dia primeiro de dezembro de 2015
• Me
interessei principalmente pelo caráter subversivo do grupo. Suas temáticas que
incluíam os desejos e questões pessoais, além da pesquisa de linguagem da
performance.
• Acredito
que contribuía de modo satisfatório. Sempre procurei relacionar as leituras
indicadas com outros textos e experiências pessoais fazendo conexões que de
algum modo contribuíssem com a leitura, inclusive indicando outras leituras
provocadas pelas discussões. Quanto as ações tentei durante todo o período que
estive ligado ao grupo corresponder com as ações propostas pelos outros
pesquisadores assim como propor ações. Em nossas conversas procurei sempre
apontar as fragilidades dos trabalhos realizados apontando possíveis
modificações e reestruturações que ajudassem a valorizar, assim como ouvia as
considerações a partir das minhas propostas modificando-as.
• O
Transeuntes talvez seja o único grupo de pesquisa da UFSJ que de fato trabalho
no âmbito da cidade de maneira efetiva. Nem mesmo os grupos do curso de
Arquitetura o fazem tão verticalmente. Visitamos mais de 30 bairros em SJDR e
conhecemos diferentes modos de ver e viver a cidade.
Os
temas ligados ao feminismo, discussões de gênero, crítica ao consumismo e a relação
entre o corpo e a cidade são explorados cotidianamente na prática do grupo e em
seus modos de relação. Diversas discussões sobre esses temas vão além da
pesquisa e leitura de textos. Surgem nas intervenções e ações na rua, nas
discussões e debates do próprio grupo, que por englobar estudantes de diversas
realidades e experiências diferentes consegue enriquecer suas conversas e
pesquisa com distintos pontos de vista.
• São
João del-Rei é uma cidade que comporta uma realidade cotidiana atrelada a seu
passado histórico principalmente em suas construções monumentais ligadas à
igreja católica. Qualquer uso distinto oferece estranhamento e ocorrem
tentativas de diluição. As ações dos Transeuntes operam então em um lugar de
grande destaque já que oferece novos modos de ver e usar o tecido urbano. Se
não é possível nem tão pouco desejável desestruturar os usos vigentes,
oferecemos a oportunidade de experimentação distinta das estabelecidas muitas
vezes dando visibilidade à práticas e narrativas excluídas dos modos oficiais
de conservação e legitimação da cidade.
• Acredito
que minha presença no Transeuntes tenha sido definitiva para minha formação.
Foi neste grupo que experimentei de fato o corpo na rua, a relação com a
performance e a perfomatividade e onde de fato vivi processos. Amadureci junto
ao grupo ao mesmo tempo que amadurecia dentro da graduação. Onde um lugar
alimentava o outro em uma troca frutífera. Podia experimentar no grupo
Transeuntes experiências das aulas, textos e discussões. E levava para as aulas
e outros projetos as experiências que vivia no grupo. Poucos são os lugares
onde se pode experienciar a vida profissional como neste grupo. Por meio
das viagens e apresentações pudemos vivenciar diversas situações muito
próximas das vividas no meio profissional.
Acredito
também que pude utilizar o grupo como um lugar para exploração de diversas
práticas vividas em outras instâncias. Como monitor de oficinas e alongamentos
pude oferecer ao grupo, e naturalmente a mim mesmo, diferentes práticas de
alongamento e experimentar possibilidades que de modo definitivo me ajudaram a
construir um arsenal de exercícios que utilizarei em situações de direção, lecionando
e mesmo em minha prática pessoal.
O
Transeuntes é sem dúvida o projeto que corresponde com o seu lugar de ensino,
pesquisa e extensão. Já que consegue transitar neste tripé, seja efetivamente
em suas ações na rua ou nas ligações e conexões com outras disciplinas,
projetos e ações.
Acredito
que o que eu quero com o teatro seja bem próximo à rotina do grupo. Suas
discussões e práticas exigem compromisso e envolvimento e demonstram na prática
o que o teatro e a profissionalização exige. Saio do grupo por questões
pessoais, mas é um pedaço de mim que morre. Foi neste grupo que me formei e que
amadureci como estudante, como profissional e principalmente como
pessoa. Agradeço a todos àqueles que comigo compartilharam momentos no grupo e
desejo que ele tenha vida longa e que continue com seu papel fundamental dentro
da UFSJ. Que é o de oferecer novos modos de se fazer e pensar o teatro
contemporâneo, desestabilizando as práticas vigentes e os usos codificados do
corpo, da cidade e do pensamento.
MARIA GABRIELA PEREIRA LUCENTI
• Minha
aproximação foi em agosto de 2014, tendo participado como produtora (no sentido
contra regra) na apresentação em Fortaleza e, posteriormente, na Bienal da UNE
em janeiro de 2015. Minha entrada como “proponente” e “atriz” se deu em março
de 2015.
• Proximidade
com o orientador (tanto em linha de pesquisa, quanto pessoal/afetiva);
interesse pela linguagem pesquisada; possibilidade de apresentar para púbicos
mais variados.
• Tive
um ano muito ruim, e isso refletiu em meu trabalho em todas as áreas do grupo
(e em outros grupos dos quais participo também). Gosto da forma de trabalho do
Transeuntes, onde há horizontalidade e incentivo à participação de todos e
todas.
• Gosto
do modelo de pesquisa do transeuntes, que trabalha acerca da pergunta “sobre o
que quero falar”. É um formato que atrai pessoas interessadas em debater
questões de cunho social. Esses debates são importantes 1: porque são; 2: são
tendências acadêmicas e sociais, favorecendo nossa entrada em congressos,
seminários, festivais...;3: é característica (desde muito tempo atrás) do
teatro que seja envolvido, engajado.
O
transeuntes se propõe a pesquisar performatividade, conceito relativamente novo
e ainda pouco assimilado pelas grandes populações urbanas. É uma aplicação
prática dos conceitos aprendidos nas universidades às comunidades. No Brasil, o
teatro e a performance, bem como outras artes contemporâneas, não são
devidamente difundidos e, por isso, não são compreendidos ou absorvidos por não
estudiosos do assunto. Mesmo em estudiosos, por se tratar também da estética
emergente, muitas ideias se misturam e confundem.
O
objetivo do grupo é entender o que já foi e ainda está sendo pesquisado de
forma teórica e prática, incluindo a cidade e a população.
• Durante
os ensaios do inverno cultural, tivemos aquele caso interessando do menino
passando por nós no momento de tortura das bruxas. Ele não entendeu o que era,
fazendo o que achava certo, porém, com meios errado (talvez!), nos ameaçou.
Após explicarmos (400 vezes!) que se tratava do ensaio de uma peça, ele foi
embora ainda nos intimidando. Ele nos assistiu nos dói dia de apresentação, e
levou muito amigo que, provavelmente se não tivesse ocorrido o episódio, não
teriam ido.
Só
por isso eu acredito fundamental o contato que o transeuntes se empenha em
manter com a comunidade. Apesar de acreditar na arte como dos principais
agentes modificadores da sociedade, não tenho a ilusão de que vou modificar o
mundo e atingir milhões de pessoas com meu teatro ou minhas ações artísticas.
Entendo que é um trabalho árduo, de formiguinha, e que está sentamos cumprindo
bem.
• Como
já disse, não tive um bom ano. Sendo assim não creio que contribui muito nos
pic Nietzsche, poucas vezes consegui ler os textos a tempo. Ainda assim
frequentei-os pois gosto da proposta e acredito que as discussões também
instruem.
Quanto
aos treinamentos (oficinas ministradas pelos (as) integrantes), realizei-o com
a entrega necessária, buscando assimilar em mim o que funciona nos outros para
estimular nossa criação. Não propus muitos treinamentos ou aquecimentos por
insegurança em ministrar. No grupo, me sinto segura e amparada, o que favorece
minha entrega.
Apesar
de tudo, me sinto também importante ao grupo devido a minha postura
apaziguadora (com exceções!) e honesta.
Que
o ano que vem seja bem melhor (e será!)
GUILHERME SOARES
• Entrei
no grupo quando estava no 2º período entrei logo no final do ano, por
compromissos na quinta feira não pude entrar no grupo no começo do ano
• Eu
conheci o Curso de Teatro através do Transeuntes, um dia eu matei meu cursinho
e vi a apresentação que o grupo fez no Inverno de 2014, eu sempre tive
interesse no curso mas não achava nada na internet que pudesse me informar,
então no fim da apresentação quando as pessoas se apresentaram eu anotei alguns
nomes e adicionei no facebook, foi quando conheci o Luis e a gente marcou de se
encontrar e ele me mostrou o prédio, as salas, e me falou sobre o
curso e o sobre o projeto, minha idéia inicial era participar, mas quando já
estava no curso descobri que o encontro eram nas terças e quintas, e eu já
tinha compromisso na quinta. Eu acho que minha motivação inicial que me fez
querer participar do grupo foi porque eu adoro comédia, e vi na apresentação do
Morra, apesar das cenas forte um toque de comédia e ironia, e isso me chamou
muita atenção
• Eu
cheguei boiando, não sabia o que era Picnitche (não sei se está correto) e nem
sobre os outros autores, mas eu perguntei e o Diogo me explicou sobre os textos
quanto ao preparo das ações eu tento dar o melhor, apesar de não ter atuado
nesse tempo eu fiz tudo o que os atores fizeram, alonguei e fiz os exercícios
que foram muito bons pra mim porque eu tenho um corpo muito duro e eles me
ajudaram a soltar mais
• Eu
acho super importante essa linha de pesquisa sobre vamos dizer os preconceitos
da sociedade, como falar sobre religião sexualidade gênero, pois como é um
grupo que está na rua, temos todo o tipo de publico presente que de alguma
forma quando for ver vai se identificar com aquilo. Se fosse um grupo de ópera
que se apresentasse no teatro, somente os amantes de óperas iriam ir vê-lo, mas
nós somos um grupo de rua onde todos os temas discutidos são interesse das
pessoas que estão na rua, elas ficam com a pulga atrás da orelha quando nos
assistem, e se perguntam: será que eu ajo assim? Será que eu faria o mesmo
nessa situação, ou até se identificam em algumas partes
• Eu
acho super importante o trabalho na rua, até porque é o nosso espaço de
trabalho, mas eu ainda vejo São João Del Rei com um pouco de preconceito em
relação ao teatro, vejo que pessoas olham estranho, comentam e até dizem: Ah
deve ser o povo do teatro, quando o Transeuntes está fazendo alguma ação pela
cidade. É como um estranhamento para a população, ainda mais com as pessoas
mais velhas que acham que o teatro é dentro do teatro e algo na rua é como se
fosse baderna (minha opinião)
• Por
enquanto eu só estou no Transeuntes, pois os outros projetos não me chamaram
atenção, pois ou o dia não batia ou era sobre dança e eu não gosto muito de
dança, eu tenho um projeto que participo desde 2014 que é o Doutores por um
Triz onde visto de palhaço e vou no Albergue, Santa Casa e Hospital e agora
comecei nesse fim de ano a participar do novo projeto Araci. E espero que em
2016 eu continue nesse e possa me identificar com algum outro.
RICK RIBEIRO
• Minha
entrada no grupo Transeuntes foi no segundo período do curso de
teatro em agosto de 2014.
• Inicialmente,
meu interesse pelo grupo veio a partir da identificação com teatro de rua, que
já tinha uma experiência nesse meio antes de entrar na graduação. A performance
e teatro performativo ,que para mim ainda era novo também foi uma importante
motivação e a minha preferência de área teatral se consolidou dentro do teatro
pós-dramático devido a participação no grupo. Também fui motivado pelo meu
interesse a pesquisa da pratica performática e pela representação em cena. A
construção a partir das temáticas que levantavam assuntos sociais, com um
questionamento através de processos criativos e artísticos na rua, me despertou
uma motivação ativista em que era um espaço de criação performática suscitando
temas atuais que precisam ser evidenciados. Outra motivação foi a experiência
com a representação pelo fato de me identificar menos com a interpretação. E
acreditar no trabalho corporal do grupo com a representação.
• O
grupo tem um formato colaborativo, que propicia o envolvimento de todos os
membros a cerca das ações e propostas para montagem. Existe um espaço para a
proposta de cada membro. Dentro de um processo de construção acredito ser
válido todas as propostas e particularmente me vejo no grupo com propostas e
pontos de vista que através de uma reciprocidade dos membros, o manifesto,
ideias e ações criativas são úteis e esboços de pesquisas pessoais são
trabalhadas e atendidas tomando perspectivas em um conjunto dentro
dos limites quantitativos de propostas.
• Acredito
que as temáticas como o feminismo, gênero, relações sociais entre outras que o
grupo trabalha, são de extrema importância, é o questionamento de um assunto em
pauta na atualidade são assuntos que necessitam de uma evidência que pode ser
através da Arte como um manifesto, o grupo traz essa reflexão ou questionamento
social sem um convite formal, intervindo o espaço urbano, e um espectador
cidadão, pode ter conhecimento ao tema em sua participação com a intervenção
performática proposta pelo grupo. Julgo que o questionamento social deve
está nas ruas, atingindo todas as camadas populares. A arte como manifesto fora
de um espaço fechado e especifico atinge um número da população que não é
elite. O público urbano tem uma relação direta com a apresentação performativa
que interviu sua rotina e uma participação com a temática proposta que esta é
evidenciada através das ações e reconhecidas por estes espectadores como temas
atuais, ou os espectadores que desconhecem a temática, passa a ter conhecimento
desses fatores ou problemas sociais com a relação das intervenções do
grupo.
• A
cidade é uma espaço físico, que pode ser apropriado, ou pode sofrer uma
intervenção ,o teatro feito na rua pode trazer novos
significados aos espaços urbanos. O público passa ser participante
da construção criativa do grupo, e a cidade passa a ser um espaço de
envolvimento entre público e artista através de uma relação mais intimista, a
reação dos espectadores-transeuntes da rua é um elemento construtivo para o
teatro performativo do grupo que faz suas experimentações na rua. Espaços
urbanos que antes eram despercebidos passam a serem notados após a ocupação do
grupo. Espaços desvalorizados que mostram a diferença de classes e valores
culturais da cidade são espaços de preferência para as atividades do grupo,
gerando uma nova significância de espaços em áreas abandonadas pelos
poderes executivos.
• Deus
é Fiel - Marca Registrada, o espetáculo é um trabalho em que me orgulho, foi
uma grande experiência de transformar pesquisas a cerca dos temas: lucro
através da religião, submissão da mulher na atualidade e a homofobia, em
material cênico. Os textos a partir da discussão da performance é um
conhecimento um tanto válido. Vejo a encenação performativa do grupo Transeuntes como
um escape de uma construção a partir do realismo e tanto rica de pesquisa e
retificações de temas sensíveis socialmente, e um grande envolvimento a uma prática contemporânea.
JUNIO CARVALHO
• Primeiro
período do ano de 2013
• Minhas
principais motivações, desde o início, são a possibilidade de estreitar
fronteiras entre a cena e o público e a pesquisa ser provocada a partir de
incômodos do grupo.
• Acredito
participar efetivamente das ações do grupo, seja nas proposições de oficinas,
alongamentos e outras práticas corporais; seja na postura crítica perante as
discussões. O horário e o cronograma poderiam ser melhor articulados no que diz
respeito ao cumprimento dos horários.
Me
movo dentro do grupo segundo as provocações advindas das pesquisas do grupo,
das quais procuro me alimentar e regar.
• Considero
todas as temáticas trabalhadas até hoje plausíveis e necessárias de serem
repetidas como preceito de resistência social, pois acredito na força que o
grupo pode ter diante possíveis rupturas de conservadorismos/tabus sociais. É
difícil atender todas as demandas pessoais, porém podem ser melhor aproveitadas
no processo de criação.
• Com
atenção, presença e ânimo nos olhos, o Transeuntes consegue atingir o efeito do
entusiasmo e do prazer do público, fazendo com que este se coloque em cena e
queira participar do evento.