Bem Vindo!

TRANSEUNTES

Criado em abril de 2012, o grupo de pesquisa"Transeuntes: Estudos sobre performance e Teatro performativo" foi formado a partir da necessidade de artistas em ampliar os estudos sobre as intervenções performáticas nas ruas. Em parceria entre Professores e Alunos do Curso de Teatro (COTEA) da UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei), o projeto consiste, entre outros pontos, em estudos teóricos sobre determinados autores que abordam o teatro nas ruas e em experimentações práticas que visam inserir o espectador transeunte na construção dos processos criativos, a partir das temáticas referentes às abordagens atuais. A pesquisa tem como principal objetivo investigar as propostas de estreitamento entre a cena contemporânea e o espectador transeunte nas ruas de São João Del-Rei, visando analisar a inserção do público como participante das ações performáticas, na busca de:

(...) Utilizar o ambiente urbano de maneira diferente das prescrições implícitas no projeto de quem o determinou; enfim, de dar-lhe [espectador-cidadão] a possibilidade de não assimilar, mas de reagir ativamente ao ambiente. (ARGAN, 1998, p. 219)

Os membros atuais do grupo Transeuntes são:

Professores - Ines Linke e Marcelo Rocco.

Alunos - Débora Trierweiler; Diego Souza; Diogo Rezende; Fernanda Junqueira; Gabriela Ferreira; Guilherme Soares; Halina Cordeiro; Henrique Chagas; Isabela Francisconi; Kauê Rocha; Nathan Marçal; Paula Fonseca; Rick Ribeiro; Tatiane Talita.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Texto das EXPERIMENT-AÇÕES de Inês Linke


                BRASIL DIARREIA escreve Oiticica em 1970, falando da diluição dos brasileiros e atacando o cinismo,  a hipocrisia e a ignorância que ele associada ao cultivo dos “bons costumes” e da ideia do “nacional”. CONSUMIR O CONSUMO, valorizar os elementos imediatos, superficiais e cafonas da cultura foi a foram na qual se apostou na época. Quarenta anos depois: SUPER NOTICIA, vamos mergulhar na merda, não para dissolver-nos nela, mas apostando numa posição critica e experimental. [...]
Começamos com um TABLOIDE, no qual as paginas coloridas do dia divulgam crimes assustadores, resumos sucintos de eventos esportivos, novidades do mundo televisível e anunciam as liquidações e vendas de produtos. Não tem nada que me interessa nas folhas. [...] Não sei mais fazer chapéus de papel e tampouco me lembro como fazer barcos. Um navio improvisado, dobraduras tortas, afunda no córrego canalizado poucos metros depois de ser colocado na agua. [...] Esqueci os cheiros dos passeios ao longo dos rios na minha cidade. [...] Als das Kind Kind war,
ging es mit hängenden Armen,
wollte der Bach sei ein Fluß,
der Fluß sei ein Strom,
und diese Pfütze das Meer. [...] Tem cara de rio, mas olhando a agua de perto parece mais um córrego de merda liquida, alimentados por buracos que cospem os dejetos das casas. Vazamentos inundam pequenas áreas e  formam piscinas. A PRAIA, lugar perfeito de um crime. Esconderijos. Uma piscina de líquidos espessos [nos margens abandonados do rio] gera uma vida fermentada. [...] Als das Kind Kind war, wußte es nicht, daß es Kind war,
alles war ihm beseelt,
und alle Seelen waren eins. […] Em baixo do viaduto, um morador indigente, identidade desconhecida, moradia precária, corpo não reclamado. [...] Para os transeuntes fica a imagem de um homem lendo jornal no rio/esgoto e uma mulher buscando algo que ela não conhece [...].

São João del-Rei, 25 de janeiro de 2013.

domingo, 27 de janeiro de 2013

"Vestígios de um crime" texto de Marcelo Rocco sobre as "experiment-ações".

TÍTULO: "VESTIGIOS DE UM CRIME" 

"Adentrar na mata e na água parcialmente morta.
Criar restos de um crime, permitir em meio aos jornais populares.
Mas como criar uma ficção já que os jornais lidos são tão ficcionais? Uma ficção como sinônimo de mentira. 
devir, talvez deixar ir. O barquinho-papel mais parece uma arte expressionista que caminha juntamente àquela correnteza. 
Talvez criar aqui uma ficção com roupagem da verdade. 
Em um tempo que que a realidade é apenas um pseudomundo à parte (Debord), 
falar a verdade de forma sutil talvez possa revelar a caricatura grotesca das notícias escritas ou televisionadas. 
Possibilidades de criação: giz, jornais, falas, instalações de corpos à beira do rio, 
os transeuntes podem seguir o mesmo fluxo da água e serão informados sobre os acontecimento vindouros.
 Informados? Não, mas terão resquícios para se apropriarem das histórias e dos jogos. 
Neste momento me vem à cabeça a música de João Bosco "DE FRENTE PRO CRIME", 
em que há um corpo, mas só se pode ver as noticias sensacionalistas dos jornais. trecho:
Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto uma foto
De um gol
Em vez de reza
Uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...
O bar mais perto
Depressa lotou
Malandro junto
Com trabalhador
Um homem subiu
Na mesa do bar
E fez discurso
Prá vereador...
Três corpos andando, instalações se configuram, riscos, um corpo se atira ao rio, outro ao chão. 
e tá lá o corpo estendido no chão, em vez de rosto, vejo botas, foto e possibilidades. Mas não rimou"

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

EXPERIMENT-AÇÕES

Vídeo criado a partir de imagens coletadas durante caminhada próximo ao córrego no centro de São João del-Rei - MG, realizada pelos  Transeuntes - Grupo de Estudos em Performance e o Projeto de Extensão  Urbanidades - Intervenções (Orientadora Inês Linke).