"Adentrar na mata e na água parcialmente morta.
Criar restos de um crime, permitir em meio aos jornais populares.
Mas como criar uma ficção já que os jornais lidos são tão ficcionais? Uma ficção como sinônimo de mentira.
devir, talvez deixar ir. O barquinho-papel mais parece uma arte expressionista que caminha juntamente àquela correnteza.
Talvez criar aqui uma ficção com roupagem da verdade.
Em um tempo que que a realidade é apenas um pseudomundo à parte (Debord),
falar a verdade de forma sutil talvez possa revelar a caricatura grotesca das notícias escritas ou televisionadas.
Possibilidades de criação: giz, jornais, falas, instalações de corpos à beira do rio,
os transeuntes podem seguir o mesmo fluxo da água e serão informados sobre os acontecimento vindouros.
Informados? Não, mas terão resquícios para se apropriarem das histórias e dos jogos.
Neste momento me vem à cabeça a música de João Bosco "DE FRENTE PRO CRIME",
em que há um corpo, mas só se pode ver as noticias sensacionalistas dos jornais. trecho:
Estendido no chão
Em vez de rosto uma foto
De um gol
Em vez de reza
Uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...
Depressa lotou
Malandro junto
Com trabalhador
Um homem subiu
Na mesa do bar
E fez discurso
Prá vereador...
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