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TRANSEUNTES

Criado em abril de 2012, o grupo de pesquisa"Transeuntes: Estudos sobre performance e Teatro performativo" foi formado a partir da necessidade de artistas em ampliar os estudos sobre as intervenções performáticas nas ruas. Em parceria entre Professores e Alunos do Curso de Teatro (COTEA) da UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei), o projeto consiste, entre outros pontos, em estudos teóricos sobre determinados autores que abordam o teatro nas ruas e em experimentações práticas que visam inserir o espectador transeunte na construção dos processos criativos, a partir das temáticas referentes às abordagens atuais. A pesquisa tem como principal objetivo investigar as propostas de estreitamento entre a cena contemporânea e o espectador transeunte nas ruas de São João Del-Rei, visando analisar a inserção do público como participante das ações performáticas, na busca de:

(...) Utilizar o ambiente urbano de maneira diferente das prescrições implícitas no projeto de quem o determinou; enfim, de dar-lhe [espectador-cidadão] a possibilidade de não assimilar, mas de reagir ativamente ao ambiente. (ARGAN, 1998, p. 219)

Os membros atuais do grupo Transeuntes são:

Professores - Ines Linke e Marcelo Rocco.

Alunos - Débora Trierweiler; Diego Souza; Diogo Rezende; Fernanda Junqueira; Gabriela Ferreira; Guilherme Soares; Halina Cordeiro; Henrique Chagas; Isabela Francisconi; Kauê Rocha; Nathan Marçal; Paula Fonseca; Rick Ribeiro; Tatiane Talita.

sábado, 17 de setembro de 2016

PERFEITAS



Por Kauê Rocha
À primeira vista, sorrisos largos que quase estouram o limite da boca. Dentes expostos, olhos vivos criando um olhar esbugalhado; a mais completa expressão da felicidade. Entre movimentos repetitivos e expansivos, frases de exaltação ao lar e ao modo perfeito de viver são ouvidas pelo trajeto tortuoso e desengonçado dos corpos. São bonecas. São perfeitas. Nessa mistura de sorriso e perfeição, que se estendia de maneira quase que insuportável, o incômodo tornava-se evidente. Misturando-se a uma maquiagem borrada e disforme, o suor escorria das faces. Ao primeiro estímulo para libertar-se daquele corpo dominado e passivo, os cabelos se prendem ou se soltam livremente, despreocupados. Vestidos são arrancados e lançados ao chão. O andar é fluido, o sentar é livre. Respira-se. A boneca some. Não há perfeição, há corpo. Há vida.