Bem Vindo!

TRANSEUNTES

Criado em abril de 2012, o grupo de pesquisa"Transeuntes: Estudos sobre performance e Teatro performativo" foi formado a partir da necessidade de artistas em ampliar os estudos sobre as intervenções performáticas nas ruas. Em parceria entre Professores e Alunos do Curso de Teatro (COTEA) da UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei), o projeto consiste, entre outros pontos, em estudos teóricos sobre determinados autores que abordam o teatro nas ruas e em experimentações práticas que visam inserir o espectador transeunte na construção dos processos criativos, a partir das temáticas referentes às abordagens atuais. A pesquisa tem como principal objetivo investigar as propostas de estreitamento entre a cena contemporânea e o espectador transeunte nas ruas de São João Del-Rei, visando analisar a inserção do público como participante das ações performáticas, na busca de:

(...) Utilizar o ambiente urbano de maneira diferente das prescrições implícitas no projeto de quem o determinou; enfim, de dar-lhe [espectador-cidadão] a possibilidade de não assimilar, mas de reagir ativamente ao ambiente. (ARGAN, 1998, p. 219)

Os membros atuais do grupo Transeuntes são:

Professores - Ines Linke e Marcelo Rocco.

Alunos - Débora Trierweiler; Diego Souza; Diogo Rezende; Fernanda Junqueira; Gabriela Ferreira; Guilherme Soares; Halina Cordeiro; Henrique Chagas; Isabela Francisconi; Kauê Rocha; Nathan Marçal; Paula Fonseca; Rick Ribeiro; Tatiane Talita.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Tese acerca do grupo Transeuntes

Entre a Metrópole e a Cidade Sagrada: uma análise comparativa entre o Obscena - Agrupamento Independente de Pesquisa Cênica (Belo Horizonte) e o grupo Transeuntes (São João Del-Rei)

Autor:
Marcelo Eduardo Rocco de Gasperi

Políticas do espaço: desordem e emergências da performance.



INES LINKE
ELOISA BRANTES MENDES
MARCELO ROCCO
NAIRA CIOTTI




RESUMO


A performance, como prática corporal extra cotidiana, desloca a percepção territorial
dos espaços, criando intervenções que perturbam a ordem, questionam a estabilidade
dos lugares, seus símbolos, usos e formas de controle. Neste texto,
apresentamos as falas e os debates da mesa “Políticas do Espaço: desordem e
emergências da performance”, sobre a performance em situação de intervenção urbana
como instância política de percepção do espaço, que coloca em jogo a emergência
de coletividades temporárias. Assim, procurou-se revisar o conceito de
linguagem cênica por meio da análise de manifestações que problematizam questões
estéticas e éticas do cotidiano nas cidades, através de ações coletivas e ocupações
experimentais como protestos, processos de apropriação dos espaços,
subversão dos lugares e deslocamentos territoriais.




PALAVRAS-CHAVE

Intervenção, Performance, Espaço, Política.


ABSTRACT

Performance, as a non-everyday embodied practice, displaces the territorial perception
of spaces, creating interventions that disturb order, question the stability of places,
their symbols, uses and forms of control. In this text we present the talks and
debates of the roundtable “Politics of Space: disorder and emergencies of the performance”,
dealing with performances in an urban intervention situation as a political
instance of perception of space that put at stake the emergence of temporary collectivities.
Thus, we sought to revise the concept of scenic language through the
analysis of manifestations that problematize aesthetic and ethical issues in daily of
the cities, through collective actions and experimental occupations such as protests,
processes of appropriation of spaces, subversion of places and territorial displacements.




KEYWORDS

Intervention, Performance, Space, Politics.


Introdução


A emergência de coletividades temporárias acionadas pela performance de
intervenção envolve diversas realidades socioespaciais, que atravessam tanto a formação
dos propositores/artistas como a funcionalidade dos espaços em suas dimensões
físicas, sociais e culturais. A partir de uma reflexão sobre a performance
na área das artes cênicas e das artes visuais em universidades de quatro estados
diferentes: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Bahia, relacionamos
práticas e conceitos em performance considerando a diferença cultural,x artística
e contextual como fatores políticos na produção de conhecimento em artes.
O contato entre as diferenças geográficas e disciplinares dos palestrantes
foi um modo de operar deslocamentos territoriais subjacentes às noções de desordem
e das emergências provocadas pela performance de intervenção. Partindo dos
procedimentos experienciados pelos palestrantes nas performances apresentadas,
articulamos múltiplas abordagens sobre políticas do espaço através das especificidades
processuais das performances. Práticas artísticas de intervenção urbana
produzem estruturas performáticas na medida em que desestabilizam os sentidos
que estruturam ambientes sociais, comportamentos e relações corporais que os
habitam. Mas que políticas são estas, cuja operacionalidade estética desconstrói a
própria linguagem enquanto paradigma da comunicação? Quais as formas de participação
que entram em jogo nesta desordem perceptiva que emerge da performance?
A visão de Diana Taylor (201 3) sobre a performance como uma episteme,
um modo de conhecer e não apenas como um objeto de análise, vai ao encontro
desta abordagem sobre performance/intervenção artística como política do espaço.
A realização da mesa como performance “acadêmica” foi uma proposição
política no contexto do nono congresso da ABRACE. Contrariando as expectativas
de uma mesa como espaço no qual os professores-pesquisadores expõem seus
trabalhos de maneira linear, seguindo a leitura dos textos previamente escritos e
enviados para o congresso, organizamos as comunicações por fragmentos. A fim
de interferir na lógica dos eventos acadêmicos como espaço predominante da escrita,
nos colocamos o desafio de interromper as leituras e/ou falas, provocando
uma desordem associativa entre as comunicações e desestabilizando as falas individuais.
O tempo da fala de cada palestrante foi diminuindo progressivamente. Havia
interrupções da fala que resultavam na troca de pessoas esperando na fila para
utilizar o único microfone disponível. A fila era aberta à participação do público. Todos
podiam se manifestar. x Esta experiência em relação ao formato da mesa no espaço
acadêmico foi uma tentativa de explorar as tensões que permeiam a
elaboração dos discursos entre escrita/oralidade através da corporeidade das falas.
Assim, a mesa como espaço performativo nos aproximou de um aspecto importante
das performances como potência crítica dos comportamentos habituais e lugares
constituídos.



Atravessamentos (MG)



Criado em abril de 201 2, o “Grupo Transeuntes: Estudos Sobre Performance”
foi formado a partir da necessidade de artistas de ampliar os estudos acerca
das intervenções artísticas nas ruas, compreendendo em si as noções de performance
e de performatividade. Em parceria entre professores e alunos do curso de
teatro (COTEA) da UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei), o projeto do
grupo consiste, entre outros pontos, em estudos teóricos sobre determinados autores
que abordam a experimentação cênica nas ruas e em ações práticas que visam
inserir o espectador transeunte na construção dos processos criativos, a partir das
temáticas referentes às abordagens atuais. A pesquisa tem como o objetivo principal
investigar as propostas de estreitamento entre a cena contemporânea e o espectador
transeunte nas ruas de São João del-Rei, visando analisar a inserção do
público como participante das ações, na busca de: “Utilizar o ambiente urbano de
maneira diferente das prescrições implícitas no projeto de quem o determinou; enfim,
de darlhe [espectador-cidadão] a possibilidade de não assimilar, mas de reagir
ativamente ao ambiente” (ARGAN, 1 998, p. 21 9).
O método utilizado para a criação das intervenções nas ruas se baseia na
construção de cenas de cunho performativo a partir de diversos materiais coletados
no cotidiano da cidade, como fontes da mídia local, materiais históricos regionais e
no Brasil, entre outros referenciais teóricos. Investiga-se o processo juntamente ao
público, formado por transeuntes e por apoiadores da pesquisa, tendo a rua como
local privilegiado da recepção. Neste percurso, o Grupo Transeuntes parte da experiência
humana como mote para as suas práticas, trazendo as noções de performatividade
nas construções work in process como método investigativo. As táticas de
uso da cidade a partir de intervenções artísticas foram promovidas a partir de debates
do grupo acerca de autores que estudam os discursos de poder nas cidades
atuais, entre eles, Michel Foucault (2008).
Concomitantemente às leituras e aos estudos, o grupo adentrou em conceitos
operativos da linguagem cênica acerca da performance art e da performatividade,
estudando autores como Richard Schechner (2006) e Josette Féral (201 5).
Parte das teorizações dos autores supracitados foi “alimento” para as construções
das ações artísticas ocorridas nas ruas e em demais espaços públicos. As ações
conferem uma atitude de inclusão dos cidadãos sob o aspecto da coparticipação
nas imersões artísticas, na busca de uma posição ativa, agindo diretamente sobre a
cidade a partir de intervenções espaciais. Com isto, a suspensão do curso dos pedestres
atua como uma tentativa de efetivar diferentes relações corporais, objetivando
mobilizar o espectador a atentar não só para a cena em construção, mas
para outras pessoas, coisas, espaços ao redor da cidade, em múltiplos focos de
atenção. Sobre este ponto, o grupo passa a pensar na construção de discursos desafiadores
ao espectador, possibilitando a ele participar da obra.
Em meio às amplas conceituações relativas à performatividade, estudadas
pelo grupo, há denominadores que interessam a este trabalho como objeto de estudo,
tais como: a presentificação do ator e a diluição entre o real e o ficcional na
cena, sobretudo, em espaços públicos. Sobre este assunto, André Carreira afirma
que a intervenção artística, através da intensa corporeidade do ator, pode interferir
no olhar do espectador sobre a cidade: “A tomada de espaços da cidade por intervenções
artísticas sempre implica na criação de ‘estados de ruptura do cotidiano’”
(CARREIRA, 2008, p. 69). Carreira acredita que as intervenções artísticas são capazes
de incorporar o funcionamento da rua, realizando quebras nos ritmos cotidianos.
Com isto, as interferências artísticas podem ser vistas como atos de resistência
e de ocupação do espaço urbano. Pode-se dizer que as intervenções são capazes
de deformar as linhas que definem as cidades, exigindo um novo olhar dos cidadãos.
Dessa maneira, entende-se que a cena contemporânea, intervindo nas ruas,
se apropria de interações face a face com os espectadores.
Esta ótica permite uma leitura que dilui os limites da teatralidade para assimilar
ao espectador o caráter do “real”, dando força às experiências que se formam.
A polissemia da obra em construção dá a possibilidade aos espectadores transeuntes
de pararem, observarem, alterando o fluxo do curso habitual. Desse modo, alguns
passantes se permitem ver, dialogar e perceber o entorno. Além disso, a obra
artística realizada em espaços públicos possibilita também o afastamento, o desinteresse,
e o devaneio por parte dos passantes que atravessam o trabalho em construção.
Tais probabilidades ampliam o espectro de sentidos acerca de ocupação
dos espaços públicos da cidade, verticalizando os processos de pesquisa.
Expandindo o pensamento acima, pode-se dizer que o acolhimento do espectador
pelo grupo cria pequenas e efêmeras molduras espaciais no centro urbano,
objetivando a troca de experiências entre a cena e o espectador pela articulação
entre os ambientes oferecidos pela cidade e os procedimentos artísticos apresentados
pelo grupo. Sobre este aspecto, Bakhtin (1 993) refere-se à receptividade como
parte dos esforços dos agentes do discurso em construir territórios comuns a fim de
firmar um diálogo. Pode-se dizer que esses esforços agregam valores, concordâncias
e discordâncias referentes a assuntos determinados, confrontando ou revisitando
questões a respeito da sociedade. No que concerne ao campo artístico, a
recepção estética pode ser mais aguçada a partir da investigação na rua, em que a
própria relação de diálogo com o espectador se modifica devido ao caráter de liberdade
de movimento (JACOB, 2008). Pode-se pensar que as criações artísticas
são parte do tecido que compõe a cidade, pois elas possibilitam outros sentidos de
espacialidade, recombinando ações, diluindo fronteiras, inventando intersecções.
Tendo como mote a aproximação física com o espectador, o Grupo Transeuntes
percebeu a necessidade de tratar verticalmente as temáticas que aparecem
como eixos de estudo nos discursos do grupo e nos enunciados das ações: a sociedade
de consumo e a espetacularização da vida. Na sociedade de consumidores –
em que os produtos devidamente postos em prateleiras lembram frequentemente
que o cidadão deve consumir – a natureza criadora possibilita uma crítica, mesmo
em pequenos nichos, acerca da normatização da cultura atrelada ao consumo.


Reperformar o afeto (RN)

“Cartas a Renato Cohen” é um experimento de longa duração que começou
em 201 4 e se estende até os dias de hoje. O projeto desenvolve escrituras performativo-
cênicas e a ideia de documentação da memória através da performance.
Em sua continuidade, o projeto envolveu agentes diversos como estudantes, pesquisadores,
músicos, curadores e performers, tendo em certas ocasiões formações
de mais de sessenta pessoas. O projeto vem compartilhando processos performativos
em simpósios, universidades e residências artísticas. Começou na cidade de
São Paulo, no bairro da Vila Anglo, no prédio do Condomínio Cultural, que era um
hospital desativado e foi “re-ocupado” por artistas. A performance foi criada em colaboração
nos espaços de uso comum do Condomínio, como a sala, a cozinha, os
corredores e escadas. Em 201 0, a “Casa-hospital” começou a ser habitada por artistas
de linguagens diversas como artes visuais e artes cênicas, estabelecendo
ateliês e salas de trabalho ou ensaio nos antigos quartos e alas hospitalares. Aos
poucos, o trabalho foi ganhando dimensões modulares, tornando clara a percepção
de que as cartas tinham influências estéticas de Renato Cohen. O trabalho passou a
ser uma criação in progress: “O artista contemporâneo imbui-se da missão de criar
contexto e não mais texto, obra” (Roy Ascott apud COHEN 1 998 p. XXIX).
O processo de escrita e estudos realizados a partir do livro "Performance
como Linguagem", de Renato Cohen (1 999), gera um disparador para as escrituras
e dramaturgia desta performance. Na trajetória da escritura deste texto desenvolvesse
uma ideia de work in progress que inclui “a deriva, o irracionalismo, o display, a
cartografia, a justaposição” (COHEN, 1 999, p. 29), na criação de procedimentos cênicos
que mediam a fragmentação em módulos. A conceituação de que a performance,
segundo Jon Mackenzie, num sentido mais geral é um extrato de poder e
saber se liga ao processo de construção de uma cena expandida que se enreda
nos contextos políticos (MACKENZIE, 201 1 , p. 439).
O projeto “Cartas”, em seus desdobramentos performativos, de acordo com
a visão de Mackenzie, explora o cultural, o tecnológico e o organizacional na medida
em que, investiga e desenvolve performances modulares em diversas versões
midiáticas: performance de longa duração, desprogramação espacial, web-rádio e
instalações literárias. Módulo: performance de longa duração. A ideia de longa-duração
em performance pode ser compreendida tanto pelas ações isoladas - como é
o caso de trabalhos de artistas como Marina Abramovic ou Jan Fabre, quanto pela
sua duração no tempo estendido, com ações reperformadas ou atualizadas ao longo
de vários meses ou anos.
No caso de “Cartas a Renato Cohen”, o trabalho enquadra-se melhor na
segunda opção. Desde as primeiras experimentações, na cidade de São Paulo, o
projeto trabalha com a complexidade de midiatização, e, portanto, compreende
uma gama diversa de formações que se alteram e se atualizam ao longo do tempo.
O fato de que o projeto “Cartas” tem uma característica nomádica – sempre teve,
configurou-se como uma estratégia poética ao dar importância aos interesses e
desvios da ideia original. Módulos autobiográficos podem ocorrer em parceria,
mesmo que no trajeto ocorram desvios: em um determinado momento as conexões
acontecem.
Como um organismo que se espalhou, o projeto “Cartas” queria insistir e
insistir em viver, quebrando fidelidades técnicas. Ora os performers dedicavam-se a
executar fortes trabalhos corporais, mas em outra época, com todos os computadores
ligados, se encontravam com a imagem projetada, gravada, editada em tempo
real e as novas tecnologias de vídeo-mapping os encantava. Em outros
momentos criavam instalações literárias, performando a escritura das cartas. O projeto
tem interesse na memória e na produção de camadas de textos com diferentes
origens, e que de alguma maneira estimulam a criação dos módulos.
As longas durações geram sistemas segmentados, sendo possíveis, neste
caso, graças às diversas formas em que o projeto se atualiza a cada vez que é disparado:
as variações decorrem tanto da posição geográfica dos performers, quanto
das condições físicas ou a própria composição de artistas que é acionada. Quando
os encontros presenciais acontecem, nas residências artísticas, o contexto onde o
projeto está inserido torna-se significativo para a ação.
A primeira apresentação pública do projeto aconteceu no MUBE em 2014.
Tratava-se de uma proposta de desprogramação espacial intercambiando imagens
de edifícios distintos em estéticas distintas; as janelas da fachada do antigo hospital
foram projetadas numa parede externa do museu. Esta foi a primeira experimentação
do agrupamento, fruto de imersões de vinte e quatro horas no espaço de trabalho
chamadas “nano-residências”.
Módulo: transmissões de web rádio. Durante todo o processo criativo da
performance Cartas a Renato Cohen as conexões remotas e de longa distância fo-
ram utilizadas como ferramentas de trabalho. A carta, ontologicamente, problematiza
a questão da “presença”: uma vez que se há recebido uma correspondência,
atualiza-se no espaço-tempo a presença daquele que a escreveu, no momento em
que a escreveu. Por morarem em estados distintos, e distantes entre si, os participantes
da performance precisavam fazer-se presentes em um mesmo tempo-espaço,
e desta forma se deram os primeiros testes com softwares como Skype,
Hangout e Soundcloud. Esses softwares facilitaram a comunicação interna do projeto,
mas também, geraram um universo a ser explorado, visto que, à medida que
aumentava a complexidade das conexões, aumentava também a diversidade de
estéticas obtidas.
As transmissões de rádio não funcionaram apenas enquanto registro diário
da residência, mas se transformaram em poderosos disparadores para a cena performativa
proposta pelo agrupamento. Antes de falar com o chão - antes disso, realizava-
se uma transmissão da rádio, e a partir das emergências do programa
aconteceu a conversa com os ancestrais; a rádio funcionava como um prólogo para
a cena. A partir desse pensamento o projeto propôs pensar na rádio como frente de
pesquisa para o compartilhamento do projeto e também para o seu disparo: reperformar
o afeto / desgalvanizar o chão. Atualização em 201 6: o projeto “Cartas”
identifica que nos tempos atuais está difícil qualquer tipo de conversa, em especial
a prática dos diálogos sociais.
Durante o ano de 201 6 o projeto “Cartas” participou de uma residência artística
na cidade de Natal (RN) em um não-evento que se intitulou “Reperformar o
Afeto”. O não-evento foi coordenado pelo Grupo de Pesquisa em Performance e
Teatro Performativo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ao longo de
uma semana os participantes colocaram em contato suas produções artísticas em
um ambiente de residência, mas também trocaram com os alunos e pesquisadores
de artes cênicas da Universidade em uma mostra-fórum organizada pelo projeto. Na
ocasião (outubro/201 6), os estudantes da Universidade ocuparam a área externa do
Departamento de Artes alguns dias antes do início do evento, passando posteriormente
para o prédio da reitoria da universidade, em agenciamento com estudantes
das demais faculdades do campus. A ocupação, segundo os alunos, funcionava
como forma de protesto e resistência contra a Reforma do Ensino Médio e a aprovação
da PEC 241 . Tais medidas prejudicam o futuro de muitos que se formaram e
se formarão na Licenciatura em Teatro e outras áreas das ciências humanas. A PEC
“do inferno”, como dizem as palavras de ordem da ocupação. O compartilhamento
das cartas, como performances da escritura para sentir a presença de Cohen em
nossos corpos, enuncia algumas vozes das mitologias do medo e prazer do texto,
episteme engendrando tempos múltiplos. “Cartas” são presenças ausentes onde
construímos nossas “Teorias do Esquecimento”.


Usos e desusos (BA)

A investigação de espaços e sua construção se inscreve em uma longa tradição
na arte ocidental. Embora o foco se concentrou por muito tempo na representação
realista dos lugares, surgiram no século vinte trabalhos que interagiram
diretamente com os espaços físicos. Especialmente nos anos 1 960 e 1 970, artistas
criaram um campo de ação crítica para expor o funcionamento e a ideologia dos di-
versos lugares, propondo ações que questionaram os usos convencionais e divulgaram
a percepção do espaço urbano como produto de negociações que participaram
da política dos espaços. Problematizou-se a produção e os usos dos espaços
por meio de desvios, apropriações e especulações ficcionais.
Diversas manifestações em espaços públicos se relacionaram com as práticas
da performance e dialogaram com os conceitos das intervenções a partir da
instauração de um desuso, uma interrupção dos usos do cotidiano, que provoca
uma desordem perspectiva que age sobre os espaços urbano e participa da cidade
como obra. Ao promover movimento entre pessoas e desvios nos espaços, o que
se pretende? Criar um embate? Reformular comportamentos, práticas, políticas?
Criar imagens de uma outra realidade? Reunir pessoas em torno de uma ideia?
Existem diferentes formas de protestos, modos de fazer, formas de encontro. O projeto
“Bem Comum”, desenvolvido no contexto da EBA/UFBA, se inscreve de certa
forma na tradição do exame crítico, da apropriação e da transformação dos espaços.
Procura-se realizar imagens e criar ações que interferem na política do real e
intervém nos processos de subjetivação a partir do uso coletivo dos espaços por
meio de ações compartilhadas.
Em 201 6, no início da época de chuva, começamos o cultivo de algumas
mudas de plantas alimentícias e medicinais disponíveis em nossos ambientes cotidianos
transformando um terreno em horta. Criamos um canteiro de espécies nativas
comestíveis, no passado encontradas e valorizadas no campo e na cidade, no
intuito de formar uma coletividade interessada em discutir padrões alimentares em
relação aos conhecimentos tradicionais e os valores ideológicos implícitos na cadeia
atual de produção, distribuição e consumo cada vez mais inseridos na lógica
do comércio internacional. Criamos uma forma de rede que propõe interferir nos
aspectos sociais, políticos e estéticos que agenciam a produção de alimentos.
Parte-se da reflexão crítica dos usos dos lugares, passando de uma prática
de desvio que propõe práticas alternativas a partir dos desejos e necessidades das
situações. A horta e as atividades a partir dela transformam um estacionamento em
ambiente com cadeiras, mesas, bancos apropriados pelos diferentes grupos e indivíduos
que frequentam o espaço; o espaço é “reprojetado” continuamente a partir
dos diferentes usos.
Podemos enfrentar o pensamento econômico e criar relações com outros valores?
Podemos determinar as políticas dos espaços? Como retomar o espaço público?
Criamos intervenções que provocam um debate sobre a cidade e as diferentes facetas
da realidade urbana, os conflitos, as sobreposições de agendas, os desejos,
realizando imagens que apontam para diversas maneiras de viver. Criamos pontos
de encontro, lugares para preparar uma comida, situações para praticar os lugares.
A apropriação coletiva interfere nos agenciamentos urbanos e influenciam um imaginário
coletivo estabelecendo e fortalecendo conexões existentes e participando na
cidade-obra.
Em “Direito à Cidade”, escrito em 1 968, Lefebvre (2006) discute ideias sobre
o futuro das cidades e, para visionar uma utopia experimental, se pergunta: “Quais
são, quais serão os locais que socialmente terão sucesso? ”. Nas respostas, o autor
destaca a importância do resgate do espaço público, que tem a função de promover
encontros, trocas coletivas, sociais e culturais e permite que a diversidade
das experiências coletivas redesenhe e valorize os espaços das cidades a partir da
ação das pessoas. Tendo como prioridade o valor de uso em sua base morfológica,
a vitalidade dos espaços depende das instâncias de sociabilidade e da participação
ativa das comunidades que tornam os espaços públicos “favoráveis à felicidade”.
Para Harvey a cidade é “a mais consistente e, no geral, a mais bem-sucedida
tentativa do homem de refazer o mundo onde vive de acordo com o desejo de
seu coração” Ao refazer a cidade, ele se reconstrói. Desta forma, o espaço não é
unicamente o elemento central de estruturação da performance, mas da própria sociedade;
ao mesmo tempo condição, meio e produto, o espaço é o palco das ações
humanos e o contexto das realizações do homem. Na medida que o homem critica
os “usos”, ele inventa “contra usos”, “desusos” e “reusos” que inserem conflitos e
desestabilizam, ele se reinventa.
Neste viés, as ações do Bem Comum são pensadas como estratégias onde diferentes
usos contradizem as práticas atuais em uma poética que substitui a palavra
“progresso” pela ideia de “decrescimento”, pré-programando as funções determinadas
pelos espaços da cidade e fundamentando a práxis urbana na apropriação
dos espaços e na reinvenção dos espaços públicos.


Intervenções sobre formas de violência (RJ)


Demarcações territoriais baseadas na segregação social e econômica são
formas de violência urbana cotidiana. Em períodos de crise tais fronteiras se explicitam
em manifestações que ameaçam territorialidades “naturalizadas” socialmente.
Neste sentido, as performances ativistas instauram formas de violência simbólica
pela transformação imediata das relações corpo-espaço. Tais práticas de desobediência
utilizam deslocamentos estéticos como táticas políticas.
Através das ações-intervenções “Contra-ato” e “Universidade pública lixo
olímpico”, abordarei as relações entre desordem e apropriação dos espaços em
performances ativistas. O caráter ativista destas performances consistiu no embaralhamento
de registros perceptivos em relação à disposição das coisas, ou seja, à
própria “governamentalidade”, traçada por Michel Foucault (2008), como fenômeno
que permite a existência do Estado. A experiência de coletividade suscitada pela
performance ativista interfere na ordem controlada pela lei e mantida pela polícia
como dispositivo de segurança do Estado. Portanto, não se trata de mudar as leis,
mas de questionar o próprio modelo de Estado como política do espaço e monopólio
legitimador da violência.
Ambas as performances aconteceram em períodos de greve na UERJ, onde
atuo como professora do Instituto de Artes. A primeira em 201 5, durante a greve
dos estudantes. A segunda em 201 6 durante a greve de professores e funcionários,
que precedeu os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Este megaevento esportivo
envolveu obras urbanísticas que removeram favelas e áreas de pobreza do centro
da cidade. A localização da UERJ entre o estádio Maracanã, onde aconteceu parte
dos Jogos Olímpicos, e a favela do Metrô que foi removida para construção de um
estacionamento (que não se realizou), situa geograficamente o campo de tensões
sociais, políticas e econômicas que precedeu a falência do Estado do Rio de Janeiro,
decretada três meses após o término das Olimpíadas.


“Ato e contra-ato: tensões do espaço coletivo”


O violento processo de remoção da Favela do Metrô foi iniciado em 201 0,
com o processo de higienização da cidade para receber a Copa do Mundo (201 4) e
os Jogos Olímpicos (201 6). A retirada dos últimos moradores da favela coincidiu
com uma assembleia dos estudantes em greve. Eles interromperam a assembleia e
se juntaram aos moradores que resistiam à remoção. Ataques de bomba moral,
spray de pimenta e tiros com balas de borracha foram lançados pelos policiais. Todos
fugiram em direção a UERJ para se protegerem. Os seguranças fecharam a
porta, a polícia continuou atirando balas de borracha e as pessoas encurraladas
quebraram o vidro da porta de entrada.
Dias depois, um grupo de funcionários e professores nomeado “Somos todos
UERJ” organizou um ATO em defesa da Universidade. A performance coletiva
de abraçar o edifício contra os ataques vândalos logo conquistou o apoio midiático.
Ao saberem deste “Ato”, alguns estudantes do Instituto de Artes organizaram um
“Contra- ato” e mantiveram sigilo sobre a ação.
Durante o abraço coletivo em torno do edifício surgiram quatro pessoas ensanguentadas
de tinta vermelha, amordaçadas e vestidas com o mínimo de roupas,
tipo cueca, calcinha e top. Caminharam abraçados até a porta de vidros quebrados.
Lá ficaram deitados, amontoados e imóveis por 30 minutos. Este “Contra-ato” deslocou
a intencionalidade do “Ato”. A violência dos corpos ensanguentados e silenciados
incluiu a reação das pessoas xingando os performers. Aqueles que
pacificamente abraçavam o edifício se tornaram raivosos. Um dos pontos altos foi o
grito de uma senhora: ”Vocês vão pagar por isso seus putos”. Os estudantes, que
depois se formaram como grupo de performances, se nomearam “Coletivo Seus
Putos”. Esta apropriação do xingamento subverteu o sentido original do enunciado
pela criação de outro contexto que, fora da ação in situ, potencializou seu caráter
provocativo.


“Universidade pública lixo olímpico”: deslocamento das fronteiras funcionais


A ausência de pagamento dos funcionários da limpeza por cinco meses
tornou a UERJ uma espécie de lixão. As condições básicas de funcionamento, entre
outras reivindicações dos professores e funcionários detonou uma greve de quatro
meses e meio. Neste período realizamos a ação de levar o lixo produzido na Universidade
até a praça Mauá. Esta praça exemplar das reformas urbanísticas do projeto
Porto Maravilha, onde foram construídos dois museus (MAR e Museu do Amanhã)
como cenários do cartão postal Cidade Olímpica, representa uma política de maquiagem
do espaço urbano. A exclusão dos moradores e a construção de imensos
prédios empresariais nesta área também integra o projeto de revitalização da região
cuja paisagem foi totalmente alterada pela destruição do viaduto perimetral. A
potência simbólica de levar o lixo produzido na UERJ para a praça Mauá, além de
denunciar o abandono da Universidade também atacava a lógica da cidade como
mercadoria.
A ação foi elaborada em três partes: 1 ) coletar o lixo da Universidade; 2)
transportar o lixo de metrô; 3) instalar o lixo na escultura “Cidade Olímpica”, erguida
na praça Mauá. Na primeira parte, meu percurso como professora coordenando a
ação coletiva em direção ao lixo, mostrou o quanto a vivência funcional, individualizada
e cotidiana dos lugares limita nossa percepção da Universidade e da cidade
como espaços produzidos coletivamente. A proposta de coletivização do espaço
através do lixo alterou temporariamente nossa relação cotidiana com o lugar, desestabilizando
as fronteiras funcionais entre professores, estudantes e funcionários.
Na segunda fase da ação - o transporte do lixo pelo metrô - o mais importante
foi carregar o lixo como material para a montagem de uma “obra de arte”. Isto
justificou a entrada de quinze pessoas carregando cinquenta sacos de cem litros
com lixo nos trens do metrô. Neste aspecto o argumento “arte” é importante para
viabilizar algumas ações-intervenções em espaços públicos (sem autorização prévia).
A terceira fase da ação foi quando chegamos na praça Mauá durante a manifestação
do Sindicato do Professores, combinada previamente. A instalação do lixo
em sacos escritos “Universidade Pública Lixo Olímpico” em pleno cartão postal da
cidade, colocou em questão as políticas do espaço urbano.
O vídeo da intervenção, editado por Jonatas Puga, ultrapassou o caráter de
registro da ação. A montagem de narrativas contrastantes: discurso de posse do
Governador, notícias de jornal, depoimentos de funcionários sem salário, alunos do
movimento ocupa escola, etc., ampliou o campo da performance in situ, atuando
sobre outros contextos. A circulação do vídeo nas redes virtuais foi outra intervenção
na cidade.
A dimensão física e simbólica das performances ativistas é indissociável das
dinâmicas de visibilidade e invisibilidade entre territórios já instaurados. Neste jogo
de desloca-mentos estéticos e desordem comportamental se instauram situações
temporárias, cuja potência política lida diretamente com as táticas de “governamentalidade”
dos espaços públicos.


Considerações finais


A performance de intervenção urbana interrompe o ciclo do hábito cotidiano
e faz do ambiente urbano um laboratório de pesquisa. O performer é um corpo estranho
aos olhos do costume e dos comportamentos estabelecidos. Mesmo que a
cidade atual selecione, recorte e imprima um repertório às ruas e aos corpos que as
atravessam, ela não dá conta de todas as possibilidades de experiências e intervenções
que participam das políticas dos espaços a partir dos diferentes desvios e
movimentos.
As cidades contêm frestas que oferecem aberturas, acolhimentos e resistências
para diversas formas de intervenção nas quais a experiência corpo/espaço
pode se tornar um centro irradiador de transformações da nossa relação com a cidade.
Podemos dizer que os espaços urbanos abarcam diferentes expressões, artistas,
agitadores, enfim, pessoas que se colocam à disposição para dialogar com a
diferença, buscam encontros e confrontos. É o caso dos pesquisadores docentes
aqui presentes, que dialogam sobre suas práticas, criando conexões, partilhas, afetos,
dissonâncias e questionamentos. Ou seja, pessoas que situam seus processos
artísticos como possibilidades de resistência política e estratégias de sobrevivência
frente aos tempos difíceis que enfrentamos.



Referências


AGUALUSA, José Eduardo. Teoria geral do esquecimento. Rio de Janeiro: Foz, 2012.
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte como história da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método
sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2012.
BEUYS, Joseph. A Revolução somos nós. In: FERRREIRA, Glória (org.) Escritos de Artistas. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2006.
CARREIRA, André. Teatro de invasão: redefinindo a ordem da cidade. In: LIMA, Evelyn Furquim Werneck
(Org.). Espaço e teatro: do edifício teatral à cidade como palco. Rio de Janeiro: Sete Letras; FAPERJ,
2008. p. 67-78.
CARVALHAES, Ana Goldeinstein. Persona performática: alteridade e experiência na obra de Renato
Cohen. São Paulo: Perspectiva, 2012.
CIOTTI, Naira. O professor-performer. Natal: EDUFRN, 2014.
COHEN, Renato. Performance como linguagem: criação de um tempo-espaço de experimentação.
São Paulo: Perspectiva, 1999.
COHEN, Renato. Work in progress na cena contemporânea: criação, encenação e recepção. São
Paulo: Perspectiva 1998.
FÉRAL, Josette. Além dos limites: teoria e prática do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2015.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: x Ed. Graal, 2008.
HARVEY, David. O direito à cidade. Disponível em: http://www4.pucsp.br/neils/downloads/neils-revista-
29-port/david-harvey.pdf
JACOB, Elizabeth. Uma abordagem cenográfica sobre o teatro pós-dramático. In: LIMA, Evelyn Furquim
Werneck (Org.). Espaço e Teatro. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2008. p. 1 62-1 80.
LIMA, Evelyn Furquim Werneck (Org.). Espaço e teatro. Rio de Janeiro: 7 Letras.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2006.
MAKENZIE, Jon. Performance y globalizacion. TAYLOR, Diana; FUENTES, Marcela A. (Edits.) Estudios
avanzados de performance. México: FCE, Instituto Hemisférico de Performance y Política, Tisch.
School of the Arts, New York University, 2011.
SCHECHNER, Richard. O que é performance? O Percevejo, Rio de Janeiro, ano 2, n. 1 2, p. 28-51 , 2006.
TAYLOR, Diana. Arquivo e Repertório: performance e memória cultural nas Américas. Belo Horizonte,
Editora UFMG, 2013.





















terça-feira, 16 de maio de 2017


Atividades do Urbanidades e Transeuntes do mês de abril

4 de abril de 2017

Dando continuidade ao processo de montagem do espetáculo, nos reunimos, como de costume, no bosque do Campus Dom Bosco às 14h. Alongamento, aquecimento e trabalho vocal foram propostos. Em seguida, um exercício focado na construção dos monstros da floresta e das bonecas. Assim como o conhecido esconde-esconde, nesse jogo o objetivo dos seres da floresta foi encontrar as bonecas, escondidas em lugares pouco usados do bosque. Uma vez que um ou mais seres encontravam uma boneca, arrastavam-na até um local pré-determinado, sempre tomando certo cuidado com o corpo do outro, mas com a indicação de concentração para não perder o corpo do personagem. Por fim, foram separadas duplas ou trios, com o intuito de testar e marcar movimentações e relações entre as garotas e os homens da cena final. Antes do encontro terminar, distribuímos figurinos para cada ator de acordo com seu(s) personagem(ns). Esses figurinos são uma improvisação em cima da ideia central, enquanto ainda não temos por completo o produto final.

Nos reunimos novamente no CDB às 23h para ensaio geral do espetáculo, testando a relação entre sombra e luzes existentes no local e de lanternas, também atentando aos sons produzidos proposital e não-propositalmente, para criarmos já uma relação com o lugar e a atmosfera noturna.








7 de abril de 2017

O núcleo das garotas da cena final foi em busca de figurinos em brechós. Mantendo a ideia principal, procuramos roupas justas e em tons de vermelho e vinho, com certa unidade entre todas.

11 de abril de 2017

Tendo em vista que, até a metade, o espetáculo está bem marcado e ensaiado, focamos na segunda parte dele, no bosque às 14h. Como usual, antes de ensaiar fizemos alongamento e aquecimento vocal.

Nos reunimos novamente às 23h para ensaiar, como na semana anterior, no bosque, até o início da madrugada. 

18 de abril de 2017

Fizemos aquecimento e alongamento corporais, exercício físico para atuação e fechamento/ensaio da cena final.





- Fechamento e enquadramento da cena final

21 de abril de 2017

Aproveitando o feriado, fizemos um intensivo que começou às 14h e foi até o início da noite. O grupo limpou o lugar, retirando coisas que podiam atrapalhar o desenvolver dos ensaios, como excessos de galhos e outros objetos que não fazem parte do bosque.

Enquanto ocorria a limpeza do local, foram separados alguns núcleos que precisavam de ensaio mais urgentemente e individual. Logo depois, ensaiamos o espetáculo com os figurinos, aproveitando também do entardecer para observar a atmosfera que se cria quando já não está dia e como reverbera em cena.

25 de abril de 2017

No CDB, iniciamos nosso encontro com aquecimento e trabalho vocal. Depois, fizemos o jogo da deformação, que consiste em um pega-pega, em que a parte do corpo tocada pelo pegador deve ser deformada. O jogo prossegue até todos estarem diferentes do corpo cotidiano.

Em seguida, marcamos e ensaiamos a cena final do espetáculo três vezes para aperfeiçoar e arrumar certos detalhes que ainda não tinham sido trabalhados o suficiente.

29 e 30 de abril de 2017

No sábado o encontro foi das 18h à meia noite e contou com o convidado Diogo Angeli, que fez um teste previamente estudado de maquiagem para cada personagem. Todos os atores foram maquiados de acordo com seu(s) personagem(ns) para, em seguida, Diogo fazer um ensaio fotográfico em cima das marcações das cenas.

No dia seguinte, às 19h, os atores fizeram suas próprias maquiagens de acordo com as propostas de Diogo e, novamente, marcaram o espetáculo para um novo ensaio fotográfico.







2 de maio de 2017

O grupo abriu espaço para recepção de novos integrantes interessados em fazer parte da produção do espetáculo que está sendo desenvolvido.

O encontro foi iniciado com um trabalho vocal, seguido de teste de figurinos feitos com galhos e folhas coletadas no próprio espaço trabalhado, o bosque do Campus Dom Bosco, e finalizado com uma breve reunião para apresentação e discussão sobre o Transeuntes e seu trabalho para os novos integrantes.

4 de maio de 2017

Realizamos o PICNIETZSCHE na Praça do Pelourinho às 10h30, tendo como texto escolhido para debate “O corpo subjétil e as micropercepções – um espaço-tempo elementar”, de Renato Ferracini.

Contando com a presença de graduandos que fazem parte do PIBID, o encontro teve parte teórica, com questões trazidas a partir do texto, e foi finalizado com exercícios práticos também sugeridos pelos alunos.