Nome do procedimento: Fé
X Religião
Local, data e hora:
Rodoviária de São João del Rei, 6 de novembro as 15 horas.
Pesquisadores envolvidos:
Sebastian Junior, Júnio Carvalho, Sabrina Mendes, Rick Ribeiro, Camélia Amada,
Pedro Mendonça, Luís Firmato, Matheus Way, Iolanda de Lourdes, Bernadette
Macinelli.
Preparação: Foi dada a
cada pesquisador, uma folha xerocada com algumas questões.
Descrição do
procedimento: Como provocação para a nova pesquisa “Deus é fiel”, Iolanda
propôs aos pesquisadores que fizessem entrevistas com os transeuntes que
estivessem em circulação na rodoviária e em suas proximidades. A entrevista
teve como finalidade buscar a proximidade com o público de uma forma direta
para o esclarecimento sobre o entendimento do mesmo sobre as questões
religiosas que permeiam nossa sociedade. De uma maneira geral, podemos observar
um pouco entendimento sobre a diferenciação de fé e religião. O que poderia ser
algo simples e etéreo, se torna em ostentação de um lugar inexistente e
necessário de se alcançar.
A partir das respostas,
aqui um panorama geral norteado pelas perguntas:
Você tem
religião? Qual?
A maioria dos
entrevistados possuíam religião e quase todos católicos.
Você acha
que ela é boa pra você em que sentido?
Houve uma confusão geral
nessa pergunta por que muitos não souberam responder ao certo o que a religião
proporciona de bom para cada um. As respostas foram efusivas de maneira geral e
perdendo o foco da questão.
Você acha
que fé e religião são a mesma coisa? Por que?
Novamente as pessoas se
perderam por que a maioria só conseguia atrelar a fé à religião.
Na sua
religião tem coisas que você não concorda? O que?
Alguns falaram das regras
que as religiões possuem mas sempre com uma certa parcimônia, já que a religião
é ditadora de pensamentos e funcionalidades.
Em outras
religiões existem coisas que você não concorda? O que?
Muitos falaram das
cobranças financeiras indevidas feitas por algumas instituições e regras como a
proibição de doação de sangue por algumas doutrinas.
De uma forma geral, os entrevistados
concordam que a fé é algo necessário e confortante para a vida e não
conseguiram desvincular a fé da religião. Como se o que regesse a fé do
indivíduo, fosse uma instituição que dita as regras que devem ser seguidas.
Como se não fosse pouco, as intuições são mantidas com dinheiro do povo. Pode
se dizer que Guy Debord quando fala de uma homogeneização social em prol de um
lucro financeiro maior, se encaixa perfeitamente na maioria das respostas dadas
pelos indivíduos que foram entrevistados. Pois a maior parte, não soube
diferenciar fé de religião.
Muitas das instituições religiosas, são
empresas que visam lucro financeiro em tempo integral colocando como uma
“doação” obrigatória como justificação da fé. E isso prejudica, se não poda
completamente, a noção de diferença entre a crença e a instituição. A vida como
mercadoria de Debord, se justifica sempre no final com o balanço financeiro
onde tudo se é possível vender e ser comprado. Sua fé não mais pode ser
legitimada se não houver uma instituição te impondo valores, podando ações e
atitudes e visando uma edificação desse “templo” obrigatório realizador de
milagres.
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