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TRANSEUNTES

Criado em abril de 2012, o grupo de pesquisa"Transeuntes: Estudos sobre performance e Teatro performativo" foi formado a partir da necessidade de artistas em ampliar os estudos sobre as intervenções performáticas nas ruas. Em parceria entre Professores e Alunos do Curso de Teatro (COTEA) da UFSJ (Universidade Federal de São João Del Rei), o projeto consiste, entre outros pontos, em estudos teóricos sobre determinados autores que abordam o teatro nas ruas e em experimentações práticas que visam inserir o espectador transeunte na construção dos processos criativos, a partir das temáticas referentes às abordagens atuais. A pesquisa tem como principal objetivo investigar as propostas de estreitamento entre a cena contemporânea e o espectador transeunte nas ruas de São João Del-Rei, visando analisar a inserção do público como participante das ações performáticas, na busca de:

(...) Utilizar o ambiente urbano de maneira diferente das prescrições implícitas no projeto de quem o determinou; enfim, de dar-lhe [espectador-cidadão] a possibilidade de não assimilar, mas de reagir ativamente ao ambiente. (ARGAN, 1998, p. 219)

Os membros atuais do grupo Transeuntes são:

Professores - Ines Linke e Marcelo Rocco.

Alunos - Débora Trierweiler; Diego Souza; Diogo Rezende; Fernanda Junqueira; Gabriela Ferreira; Guilherme Soares; Halina Cordeiro; Henrique Chagas; Isabela Francisconi; Kauê Rocha; Nathan Marçal; Paula Fonseca; Rick Ribeiro; Tatiane Talita.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O Jardim Secreto: impressões da peça Soft Porn


por Camille Gallo
Quando somos crianças, nos são contadas histórias boas e ruins em que mocinhos e vilões se fazem presentes. Antes de dormir, somos lembrados que há um mundo mágico lá fora e que podemos embarcar nele por meio dos sonhos. São pelas imagens e gravuras que nossa imaginação é alimentada, como um monstro faminto por fantasias que aos poucos vai se alimentando e crescendo, tornando-se um grande amigo que dorme embaixo da nossa cama todos os dias.
Diariamente nos são apresentados princesas e príncipes, lobos maus e bruxas, lugares encantados e bosques. Amor, paixão, perigos e armadilhas. Somos rodeados por tais palavras que compõem nossa vida em nossa doce criancice.
Mas, então, começamos a crescer e aquele lugar que nos era tão seguro e familiar começa a se afastar de nós. Os castelos já não mais parecem tão altos, os bosques não tão mais perigosos. O mundo encantado já não nos parece mais encantado. Para onde foram todos?
Tudo parece perdido. Morto. Sem ninguém. Então percebemos que o mundo não está errado, mas nós sim. Estamos crescendo, a fantasia aos poucos é trocada pela realidade. O mundo real cada vez mais se toma o espaço de nosso coração jovem. Os deveres nos obrigam a seguir em frente, mesmo não sendo aquilo que havíamos imaginado.
Nosso coração parece um grande espaço árido e seco. Nada é plantado nele, nenhum animal vive, não há nenhuma vida. O mundo fica sombrio e aquele lugar tão lindo e vívido já não mais existe. As sombras começam a se fazer presentes, o bosque antes verde agora não mais existe, tornou-se uma fina camada de poeira sombria e negra.
Olhos vermelhos. Mantas escuras. Plantas secas. Princesas perdidas. Príncipes ocultos. E então estamos em um novo mundo, onde nossas doces e inocentes fantasias são trocadas pelos sentimentos ocultos e violentos. Não há dia, somente noite. Não há alegria, amor nem carinho. Só há a mais pura escuridão, com seus grandes monstros e princesas esquecidas. Só há o resto!
Tudo entra em conflito. Os monstros começam a perseguir as princesas, que desesperadas fogem à procura de alguma salvação. O solo não é firme, ao contrário, se abre e engole qualquer esperança. Tudo parece errado, sem sentido. A noite se faz fria e sombria. Não há animais, somente o mais puro instinto de sobrevivência. Não há mais humanos, pois estes se tornaram monstros. Não há mais nada!
O mundo começa a girar. As cenas a se repetir. Escuridão, violência, sangue, princesas fugindo, monstros perseguindo, animais inexistentes, solos resistentes, bosque sombrio, morte, solidão.
Tudo para. Não há mais nada!
E então o jovem coração começa a renascer. Do solo sombrio sem vida, as primeiras plantas nascem. Animais começam a surgir e os lagos a se encher. A noite se vai e em seu lugar um céu é preenchido. O vento bate, a música toca. As princesas voltam à sua inocência e beleza. Os monstros dão lugar a príncipes e sonhos. Tudo volta ao normal.
O mundo está de volta!
Soft Porn
O espetáculo Soft Porn, do grupo Transeuntes, dirigido por Marcelo Rocco, revisita clássicos da literatura infantil, trazendo o medo e o terror como mote da montagem. Isso tudo num cenário não muito usual na prática do teatro: o bosque do Campus Dom Bosco. As apresentações mais recentes aconteceram às 23h45 dos dias 31 de agosto e 1º de setembro.
Todas as sextas-feiras, a page da UFSJ traz o Comunica Extensão, com novidades sobre as ações extensionistas da nossa Universidade.

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